sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

OS MEUS MELHORES FILMES DE 2014

Theodore (Joaquin Phoenix) em "Ela"

         Desde que a APCC foi criada os primeiros associados instituiram a escolha dos melhores filmes exibidos em Belém em cada ano. Segue-se desse tempo essa prática e já são mais de 50 anos de presença da associação, hoje ACCPA. Na semana última, 11 associados reunidos selecionaram uma lista final considerando as escolhas individuais (Pedro Veriano, Marco Antonio Moreira, Arnaldo Prado Jr. Francisco Cardoso, Fernando Segctovich, Ismaelino Pinto, Dedé Mesquita, Lorena Montenegro, Elias Gonçalves, José Otávio Pinto, Maiolino Miranda). Neste espaço hoje, publico a minha lista e alguns critérios que me levaram a privilegiar um e não outro dos filmes exibidos este ano em Belém. A lista abaixo dos meus melhores.

1.   Ela (EUA, 2013) de Spike Jonze
2.   Amar, beber e cantar (França, 2014), de Alain Resnais.
3.   O Grande Hotel Budapeste (UK, Alemanha, 2014) de Wes Anderson
4.   Hannah Arendt (Alemanha, França, 2012), de Margarethe Von Trotta
5.   O Passado (França, 2013) de Asghar Farhadi
6.   Interstelar (EUA, 2014), de Christopher Nolan
7.   A Caça (Dinamarca, Suécia, 2012), de Thomas Vinterberg
8.   Azul é a Cor Mais Quente (França, 2013) de Abdellatif Kechiche
9.   12 Anos de Escravidão (EUA, 2013) de Steve McQueen
10.Garota Exemplar (EUA, 2014) de David Fincher
CATEGORIAS
·        Diretor – Alain Resnais, por “Amar, beber e cantar”
·        Ator - Matthew McCoghan por “Clube de Compras Dallas” e “Kill Joe”
·        Atriz – Barbara Sukova em “Hannah Arendt”
·        Ator coadjuvante - Robert Duvall por “O Juiz”
·        Atriz coadjuvante - Lupita Nyong'o por “12 Anos de Escravidão”
·        Roteiro original – Spike Jonze, por “Ela”

·        Roteiro adaptado: Alan Ayckbourn, Aain Resnais e Laurrent Herbiet (Amar, beber e cantar)

·        Fotografia - Guillaume Deffontaine (“Camile Claudel 1915”)
·        Montagem - Barney Pilling (O Grande Hotel Budapeste)
·         Efeitos Especiais e Visuais: Tim Angulo e equipe (“Interestelar”)
·        Trilha Sonora: equipe de “Interestelar”
·        Cenografia – Matthieu Beutter por “Amar, beber e cantar”
·        Figurino – Anna B. Sheppard por “Malévola”
·        Reprise: “Ciúme, o Inferno do Amor Possessivo” (Claude Chabrol)
·        Animação – “Frozen”
·        Filme Brasileiro – “Hoje eu Quero Voltar Sozinho”, (Brasil, 2014) de Daniel Ribeiro.

“Ela” (Her, EUA, 2013) narra o percurso do solitário Theodore (Joaquin Phoenix), depois de ele se separar da esposa que amava, e passa a manter um dialogo cada vez mais intimo com o programa de computador oferecido por um site na internet. Criativo e bem realizado, o roteiro exemplar do filme mescla os espaços onde transeuntes, em primeiro plano, asiaticos, mas também caucasianos, sublinham as vias de percursos numa cidade de grandes arranha-ceus, explora valores como o ciúme (nos momentos em que o despreendimento da mulher-virtual está em despedida), evidencia um novo processo de pertencimento onde a noção do outro se dá de outra forma, na interação entre a máquina e os humanos sem que seja a versão clássica de conflitos entre os dois entes.
“Amar, beber e cantar” demonstra a sempre presente criatividade de Alain Resnais tratando do amor, onde se evidencia a farsa num universo marcado por normas (no caso, as políticas do casamento) engendrando típica linguagem teatral (cenários e cenas) para potencializar a verdade relacional entre os pares, confundindo com o real. No meio dessa dinâmica da vida amorosa, a perspectiva da morte pousa pressionando confissões.
“O Grande Hotel Budapeste” - O enfoque narrativo emerge de uma história que explora e expõe outra história sem qualquer impacto confuso na trama, fluindo de maneira simples nos limites dos acontecimentos onde emerge apenas um narrador, que se transporta para outros cenários em tempos diferentes. Esta unidade se dá através da narração em off do protagonista.
“Hannah Arendt” – O filme explora a polêmica que essa filósofa causou com sua concepção sobre a “banalidade do mal” nos cinco artigos que escreveu para periódico The New Yorker ao acompanhar o julgamento de Eichmann em Jerusalém. O filme de Margareth Von Trotta se detém no período desse julgamento, do quanto a posição da filósofa mexeu com dogmas políticos, sociais e religiosos.
Seguirei a avaliação dos critérios da minha escolha nos próximos textos.


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