Juliette Binoche em "A Liberdade é Azul". Trilogia das Cores - Kieslowski
Está
sendo relançada no Brasil a chamada Trilogia das Cores, filmes que o polonês
Khristoff Kieslowski fez em homenagem às cores da bandeira francesa. Em cópias
remasterizadas, com ótimas imagens, vê-se “A Liberdade é Azul” (Blue, 1993), “A
Igualdade é Branca”(Blanc, 1994) e “A Fraternidade é Vermelha”(Rouge, 1994) No
primeiro filme Juliette Binoche é a esposa de um musico que escapa de um
acidente onde morrem ele e a filha de 6 anos. Apaixonada, ela cultua a memória
do marido até saber que ele era amante de uma advogada e que está espera um
filho dele. A reação que em principio é de ódio vai mudando para uma certa
tolerância e a noção de que ela deve cultuar, agora a sua liberdade e viver sua
vida. Em “A Igualdade...” o polonês Karol (Zbigniew Kamachiwski) é casado com a
francesa Dominique (Julie Delpy), mas ela pede divorcio alegando a não
consumação do casamento. Voltando a Varsóvia, o polonês amarga dificuldades de
se manter até que acha um compatriota e, juntos, descubram meio de vida e ele
inicie uma inusitada vingança contra a ex-esposa.
E
“Fraternidade...”tem Iréne Jacob como a modelo que atropela um cachorro e acha
o dono do animal que é um juiz aposentado (Jean Louis Trintgnant) dedicado a
ouvir conversas telefônicas de seus vizinhos. Trata-se de um filme mais denso
da série e no final homenageia os outros títulos.
O
diretor disse, em uma das muitas entrevistas disponíveis nos DVDs que mal sabia
falar francês. Usou intérpretes. E detalhou cenas como os segundos que levam em
“Blue” para a heroína molhar no café um torrão de açúcar.
Também
chegou ao DVD uma coleção dedicada a filmes que se basearam em romances de
Graciliano Ramos: “Vidas Secas” (1963), “S. Bernardo”(1961) e “Memórias do
Cárcere”(1984). Três clássicos do cinema brasileiros dirigidos por Nelson
Pereira dos Santos (“Vidas...” e “Memórias...”) e Leon Hirszman (“S.
Bernardo”). Impossível fazer uma revisão do cinema nacional sem citar
esses títulos. Há muitos eles vinham sendo solicitados pelos cinéfilos e agora
chegam em ótimas condições técnicas .
E
ainda, na parte de coleções, chega “Além da Imaginação” (Twilight Zone/EUA)
toda a primeira série produzida por Rod Serling muitos episódios escritos por
Richard Matheson. Quem acompanhou o programa por aqui através da TV Marajoara
vai exaltar. E com a vantagem de poder assistir em trilhas legendadas (som
original). Um punhado de filmes curtos que realmente, como diz o titulo em
português, desafiavam as ideias dos telespectadores com tramas criativas como a
dos cirurgiões que fazem uma operação plástica em uma paciente e se julgam
derrotados quando na verdade se vê que são ETs e a operada uma linda mulher.
Ainda
no rol das coleções, os 3 westerns básicos de Sergio Leone: “Por um Punhado de
Dólares” (1964), “Por Uns Dólares a Mais”(1965) e “Três Homens em
Conflito”(1966). O trio representou da melhor forma a vertente do gênero
realizada na Europa. A linguagem onde se exploram todos os recursos plásticos
impressiona e ganha ajuda na música de Ennio Morricone.
As
distribuidoras de vídeo estão agora se preocupando com coleções. E nelas levam
ao público peças indispensáveis numa coleção de filmes que marcaram a história
do cinema. Assim, aquele/a que é um estudioso/a de cinema vai estar atento/a
para assistir a esses filmes que, de certa forma, têm contribuições que podem
estar afinadas com as ideias dos cinéfilos. E os/as atuais alunos/as do curso
de cinema da UFPA também têm obrigação, em termos de aula prática, de assistir
a esses programas para contar com uma base da história e da técnica
cinematográfica.
Gosto muito da trilogia das cores
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