Nina Ross em “Barbara”, de Christian Petzold
Cinéfilos e cinéfilas devem
estar contabilizando o que lhes pareceu melhor em cinema no ano a findar. Com a
intenção de subsidiar esses registros pessoais, a coluna prossegue o balanço iniciado
na semana passada apontando os programas que a meu ver foram os mais
interessantes. Agora avalia as categorias especificas desses programas. Deve-se
observar que o período não foi dos melhores em termos de uma estética mais
apurada na perspectiva da critica em geral. Os filmes do gênero “blockbuster” tomaram
conta das salas do circuito comercial dos shoppings (hoje predominantes) e a
área extra se viu limitada pela disponibilidade de cópias em película (pois
ainda não trabalha com digitais) e vídeos distribuídos por agencias de governos
estrangeiros especialmente da Alemanha, França, Japão e Espanha.
Algumas apresentações de
conjunto, ou seja, de mostras como a Varilux (França) e a espanhola, devem ser
contabilizadas, pois, os filmes que compuseram esses eventos, apesar de serem
exibidos por pouco tempo e em uma única sala, estiveram ao alcance de todas as
plateias. Pelo menos é assim que estabelece o estatuto da ACCPA e, neste
sentido, não mudaram as normas da anterior APCC.
Neste texto dou
continuidade ao registro dos filmes mais evidentes durante o ano. Mesmo porque,
esta semana, so houve o lançamento de “Hobbit”, uma franquia pousada na ambição
do cineasta Peter Jackson (partindo de um texto pequeno de J.R.R.Tolkien para
filmes de mais de 160 minutos cada), ficando, como sempre, a exibição mais
interessante na área extra, com uma produção alemã que ensina os caminhos dos
grandes espetáculos folclóricos com algum mérito artesanal (“Krabat – prisioneiros
da Magia”) e, ainda, “Hoje Quero Voltar Sozinho”, o filme nacional que foi
indicado a competir na busca do Oscar (já assisti e achei bom, valendo um
comentário outro dia).
Atores, atrizes, diretores e roteiros
mais evidentes dentre os filmes exibidos em Belém este ano, seja na área
comercial seja na extra, foram os seguintes. Na área dos atores:
- Joaquin Phoenix em “Ela”; Leonardo di
Caprio em “O Lobo de Wall Street” Matthew McConaughey, no desempenho em “Clube de Compras
Dallas” e “Killer Joe”; Chiwetel Ejiofor, por “12 Anos de Escravidão”; Mads Milkkelsen por “A
Caça”; Fabrice Luchini por “Dentro de Casa”.
Sem dúvida os cinéfilos têm outras
indicações. Enviem para que se contabilize. Nessas horas vale muito o perfil
coletivo.
Quanto as Atrizes:
- Charlotte
Gainsburg, por “Ninfomaniaca”; Judi Dench em “Philomena”; Lea Seydoux em “Azul
é a Cor Mais Quente”; Rosamund Pike por “Garota Exemplar”; Nina Ross em “Barbara”;
Barbara Sukowa em “Hannah Arendt”, Berenice Béjo por “O Passado”; Keike
Kitagawa em “Depois ds Flores”, Scarlett Johansson, em “Lucy”.
Com certeza outros nomes
devem surgir. Lembro aqui Angelina Jolie em “Malévola”, filme que deixei de
registrar na relação dos exibidos nas salas comerciais e que foi um filme que
gostei.
Quanto aos diretores:
- Martin Scorsese em “O Lobo de Wall Street”; François Ozon em “Dentro de Casa”; Stephen Frears por “Philomena”; Steve
McQueen, em “12 Anos de Escravidão”; Christopher Nolan por “Interestelar”; Margarethe
Von Trotta por “Hannah Arendt”; Thomas Vinterberg
em “A Caça”; Asghar Farhadi por “O Passado”; Abdellatif Kechiche por “Azul é a
Cor Mais Quente”; Wes Anderson em “Grande Hotel Budapeste”, Pablo Berger em “Branca de
Neve” (espanhol).
E dentre os roteiros
pode-se indicar os de “Dentro de Casa”, “Ela”; “Philomena”; “12 Anos de
Escravidão”; ”Garota Exemplar”; “Branca de Neve”(espanhol); “Hannah Arendt”;
“Menino Contratado”; “A Caça”; “O Passado” e “Grande Hotel Budapeste”; “Pelo Malo”, “Miss
Violence”.
No setor de animação
destaco “Frozen” e “A Criança que Ouvia Vozes do Abismo Profundo”. O primeiro
filme destacou a tecnica 3D como nenhum outro do gênero até então e o segundo
emocionou e mostrou que o cinema japonês de desenho animado não é só o do
mestre Hayao Myiasaki. Há seus seguidores que também entram no gênero e fazem
muita coisa boa.
Luzia, adoro suas resenhas. Gostaria de pedir que você fizesse uma análise do filme brasileiro "Quando eu era vivo". Obrigada!
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