Uma das cenas mais emblemáticas de"Divórcio à Italiana", de Pietro Germi
Diminui cada vez mais a janela
das exibições dos filmes em cinema para o DVD. Já se encontram nas locadoras:
“O Preço do Amanhã”, ”O Palhaço”, ”A Pele que Habito”, “Contágio”e “O Retorno
de John English”.
“A Pele que Habito” (La Piel que
Habito/Espanha, 2011) foi um dos meus melhores filmes do ano passado. Escrito e
dirigido por Pedro Almodóvar. Antonio Banderas, que volta a filmar com o
cineasta que o descobriu, protagoniza um cirurgião plástico marcado pela
tragédia quando sua esposa sofre um acidente de carro e fica bastante queimada.
Em busca da pele ideal para transplante ele usa cobaias humanas. A saga de
Frankenstein é lembrada e as imagens extrapolam os esquemas conhecidos de
filmes de terror. Pedro Almodóvar aborda a dimensão da sexualidade e a identidade
criada a partir de mudanças físicas, apontando o outro lado da questão. A
potencialização de formas de poder para “modelar” pessoas, revelada no filme,
entra nas discussões atuais que aderem à perspectiva dos estudos de gênero
apontando para, inicialmente, as definições culturais do “ser homem” e do “ser
mulher” a partir da socialização do ser humano pelo único entendimento que
teria a ciência e a cultura – a biologia - e trata das discussões sobre o corpo
sexuado, da diferença entre os sexos, mostrando que o ser homem e o ser mulher
são relações culturalmente construídas. Recentemente o filme ganhou os prêmios
Bafta (Inglaterra), Gota(Espanha) e de Washington(EUA).
“O Preço do Amanhã”(In Time/EUA,
2011) é mais uma história criativa de Andrew Niccol autor de “O Show de
Truman”, “Gattaca” e “Simone”. Aqui ele imagina um mundo em que a vida passa a
custar dinheiro literalmente. Compram-se anos de vida e, nesse meio, os
milionários estão destinados a viver séculos. A situação leva a um romance
entre um jovem que recebe uma quantia/anos de um suicida, e uma garota filha de
um homem rico e, naturalmente, longevo. A ideia podia gerar mais, caminhando
para um suspense de filme de aventura comum, mas não deixa de interessar e tem
bons momentos como o momento em que o protagonista tenta dar mais tempo para a
sua mãe e ela morre em seus braços.
“O Palhaço”(Brasil/2011) é o
segundo filme dirigido por Selton Mello. Ele protagoniza o palhaço Benjamin,
atuante num modesto circo com seu pai, Valdemar (Paulo José). Quando resolve
reconstruir sua vida e deixa o circo, defronta-se com um mundo injusto que
desconhecia. O filme é muito criativo, com um bom argumento, e os dois atores
principais Sellton Mello com Paulo José estão excelentes. Vale a pena ver ou
rever.
“Contágio” (Contage/EUA 2011)
trata de uma epidemia produzida por um vírus desconhecido e que se mostra
resistente a todos os medicamentos ao alcance. Com direção de Steven Soderbergh
e um elenco all-star (Gwynett Paltrow, Matt Damon, Jude Law, Marion Cottilard (a
Edith Piaf do filme “Piaf”), Kate Winslet, Laurence Fishburme e Brayn Cranston,
o roteiro critica a indústria farmacêutica mostrando como ela chega a vender
placebo como viável para a cura da nova doença.
“Os Muppets”(The
Muppets/EUA,2011) ganhou o Oscar de canção (Man or Muppet). Dirigido por James
Bodin trata da odisseia de Walter, o maior fã dos Muppets, que viaja a Los
Angeles, ao lado dos amigos Gary e Mary, e descobre que Tex Richman quer
destruir o Muppet Theatre para explorar petróleo no local. Surge um mutirão de
ajuda a Caco para obter, através de programa de TV, US$10 milhões que salvará o
espaço dos bonecos. Mais uma animação na técnica stop-motion creditada na
popularidade que os heróis da televisão nos anos 60/70 ainda possuem.
O excelente “Divorcio à
Italiana”(Divorzio Allá Italiana/Itália 1961) mostra Marcello Mastroianni
tentando assassinar a esposa que ele preprarou para ser infiel e, com isso,
dar-lhe campo para namorar a prima (Stefania Sandrelli). O tipo vivido por
Daniella Rocca é hilariante. O filme fez tanto sucesso que mereceu uma
sequencia: “Seduzida e Abandonada”(Sedotta i abbandonata/1964). Direção de
Pietro Germi.
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