segunda-feira, 25 de março de 2013

“AMOR” EM DVD


 Jean Louis Trintignant e Emanuelle Riva em "Amour". Em DVD. 

            O filme de Michael Haneke “Amor”(Amour), premiado com o Oscar na categoria estrangeiro e vencedor de muitos prêmios mundo afora, chega ainda este mês às locadoras de vídeo. Jean Louis Trintignant e Emanuelle Riva protagonizam o casal que ama a vida, mas sofre em duas esferas: ela, acometida de uma doença que a faz definhar a cada dia e ele, na angústia de vê-la nesse processo de morte iminente. Isabelle Huppert é a filha que aparece na casa dos pais para muitas vezes dar opiniões que contrariam o que o pai está fazendo para minorar o sofrimento da mulher/mãe. A situação-síntese é um fecho que explora o conceito de amor ao considerar o que este representa para uma relação afetiva tão duradoura. Acho que neste filme o diretor austríaco Michael Hanek chegou ao ponto mais alto de sua carreira, sensibilizando na exposição de um drama familiar e conseguindo de velhos interpretes momentos sublimes, tanto que todos comentaram a ausência de Trintignant entre muitas nominações para prêmios importantes e o esquecimento de Riva no Oscar (havia sido indicada) justamente no dia em que festejava seu aniversário (86 anos).
“Amor” é para cinéfilo ter em casa, na sua videoteca.

Também chega ao DVD o mais novo 007: “Skyfall”, marcado pela morte de M (Judi Dench). Outra vez Daniel Craig interpreta o agente criado por Ian Fleminge pode-se dizer que “dá conta do recado”. A canção ganhou Oscar na categoria e a direção de Sam Mendes dá o ritmo certo ao filme da franquia.

E procurem nas estreias “A Negociação” (Arbitrage/EUA,2012), o primeiro bom filme que assisti no cinema este ano. Richard Gere, candidato ao Globo de Ouro, é o executivo corrupto que se mostra em situação delicada quando sua amante morre em um desastre de carro que ele dirige. O passado de falcatruas vem à tona e a filha do personagem, que trabalha com ele, descobre detalhes de suas negociatas. Direção de Nicholas Jarecki.

No rol dos antigos sucessos está uma comédia italiana da dupla Steno & Monicelli: ”Guarda e Ladrão”(Guardi e Ladri/Itália, 1951). O veterano ator Aldo Fabrizzi é o guarda, Totó é o ladrão. O primeiro é co-autor do roteiro e está à altura do impagável Totó na perseguição ao “vigarista” que vive trapaceando falsas relíquias históricas com turistas que visitam Roma.
Na mesma área, ou seja, no que se chama de clássico, está o muito bom “A Mulher de Palha”(Woman of Straw/UK, 1964), de Basil Dearden, com Gina Lollobrigida, Sean Connnery e Sir Ralph Richardson. Um plano diabólico para roubar a herança de um milionário que envolve sua enfermeira e seu sobrinho. O filme traz ainda outro grande ator inglês. Alexander Knox, como inspetor de policia.

Inédito em nossos cinemas, o recente trabalho do diretor inglês Ken Loach (“Vida em Familia”, “Terra e Liberdade”), “Rota Irlandesa”(Irish Route/UK, 2010) denuncia complô do exército aliado que faz a guerra no Iraque para abafar qualquer escândalo que possa surgir em suas fileiras. A vítima, no caso, é um soldado inglês de nome Frankie (John Bishop), cuja morte tida como obra de terrorismo é contestada pelo amigo Fergus (Mark Womack). Muito bem realizado é mais um titulo político desse cineasta que executa uma obra homogênea e forte.

“O Homem do Riquixá”(Muomatsu no Issho/Japão, 1958) ganhou o Leão de S. Marcos (primeiro prêmio) do Festival de Veneza e é um dos melhores  momentos no cinema do ator Toshiro Mifune (“Rashomon”, “Os 7 Samurais”). Ele protagoniza Matsu, o puxador de riquixá, que se apieda de uma criança logo órfã de pai e se apaixona pela mãe viúva sem jamais declarar essa afeição por vergonha de seu “status”. Direção de Hiroshi Inagaki. Um dos grandes clássicos do cinema japonês.

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