O
filme de Michael Haneke “Amor”(Amour), premiado com o Oscar na categoria estrangeiro
e vencedor de muitos prêmios mundo afora, chega ainda este mês às locadoras de
vídeo. Jean Louis Trintignant e Emanuelle Riva protagonizam o casal que ama a
vida, mas sofre em duas esferas: ela, acometida de uma doença que a faz
definhar a cada dia e ele, na angústia de vê-la nesse processo de morte
iminente. Isabelle Huppert é a filha que aparece na casa dos pais para muitas
vezes dar opiniões que contrariam o que o pai está fazendo para minorar o
sofrimento da mulher/mãe. A situação-síntese é um fecho que explora o conceito
de amor ao considerar o que este representa para uma relação afetiva tão
duradoura. Acho que neste filme o diretor austríaco Michael Hanek chegou ao
ponto mais alto de sua carreira, sensibilizando na exposição de um drama
familiar e conseguindo de velhos interpretes momentos sublimes, tanto que todos
comentaram a ausência de Trintignant entre muitas nominações para prêmios
importantes e o esquecimento de Riva no Oscar (havia sido indicada) justamente
no dia em que festejava seu aniversário (86 anos).
“Amor” é para cinéfilo ter em casa, na sua videoteca.
Também chega ao DVD o mais novo 007: “Skyfall”,
marcado pela morte de M (Judi Dench). Outra vez Daniel Craig interpreta o
agente criado por Ian Fleminge pode-se dizer que “dá conta do recado”. A canção
ganhou Oscar na categoria e a direção de Sam Mendes dá o ritmo certo ao filme
da franquia.
E procurem nas estreias “A Negociação” (Arbitrage/EUA,2012),
o primeiro bom filme que assisti no cinema este ano. Richard Gere, candidato ao
Globo de Ouro, é o executivo corrupto que se mostra em situação delicada quando
sua amante morre em um desastre de carro que ele dirige. O passado de
falcatruas vem à tona e a filha do personagem, que trabalha com ele, descobre
detalhes de suas negociatas. Direção de Nicholas Jarecki.
No rol dos antigos sucessos está uma comédia
italiana da dupla Steno & Monicelli: ”Guarda e Ladrão”(Guardi e
Ladri/Itália, 1951). O veterano ator Aldo Fabrizzi é o guarda, Totó é o ladrão.
O primeiro é co-autor do roteiro e está à altura do impagável Totó na
perseguição ao “vigarista” que vive trapaceando falsas relíquias históricas com
turistas que visitam Roma.
Na mesma área, ou seja, no que se chama de
clássico, está o muito bom “A Mulher de Palha”(Woman of Straw/UK, 1964), de
Basil Dearden, com Gina Lollobrigida, Sean Connnery e Sir Ralph Richardson. Um
plano diabólico para roubar a herança de um milionário que envolve sua
enfermeira e seu sobrinho. O filme traz ainda outro grande ator inglês. Alexander
Knox, como inspetor de policia.
Inédito em nossos cinemas, o recente trabalho do
diretor inglês Ken Loach (“Vida em Familia”, “Terra e Liberdade”), “Rota
Irlandesa”(Irish Route/UK, 2010) denuncia complô do exército aliado que faz a
guerra no Iraque para abafar qualquer escândalo que possa surgir em suas
fileiras. A vítima, no caso, é um soldado inglês de nome Frankie (John Bishop),
cuja morte tida como obra de terrorismo é contestada pelo amigo Fergus (Mark
Womack). Muito bem realizado é mais um titulo político desse cineasta que
executa uma obra homogênea e forte.
“O Homem do Riquixá”(Muomatsu no Issho/Japão, 1958)
ganhou o Leão de S. Marcos (primeiro prêmio) do Festival de Veneza e é um dos
melhores momentos no cinema do ator Toshiro Mifune (“Rashomon”, “Os
7 Samurais”). Ele protagoniza Matsu, o puxador de riquixá, que se apieda de uma
criança logo órfã de pai e se apaixona pela mãe viúva sem jamais declarar essa
afeição por vergonha de seu “status”. Direção de Hiroshi Inagaki. Um dos
grandes clássicos do cinema japonês.
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