segunda-feira, 7 de março de 2011

CLÁSSICOS E FILME ARGENTINO (DVD)




A comédia silenciosa desafia o tempo. “O Selvagem” (Running Wild/EUA,1927) é uma delas. O principal intérprete, W.C.Fields (1880-1946), notabilizou-se na fase sonora como o velhote ranzinza que não gostava de criança. Neste exemplar de seus primeiros tempos ele é um viúvo casado com uma viúva que amarga a dependência da esposa e a atitude servil no emprego. Quando, inadvertidamente, é hipnotizado, sai dizendo pelas ruas que “é um leão” e como tal impõe a sua vontade no lar e consegue sensibilizar o patrão com um contrato destinado a um concorrente comercial. O espirituoso, nessa reviravolta de temperamento, é que ao dizer que é “um leão” seduz o empresário que lhe dá o contrato, membro do Lion’s Club.
O ator W.C. Fields tem um excelente desempenho jocoso e a dinâmica narrativa revela o cineasta então pouco conhecido Gregory La Cava, o mesmo que anos depois faria comédias sofisticadas como “Irene, a Teimosa”.


“Prisão de Cristal”(Tras el Cristal/Espanha, 1987) não chegou aos nossos cinemas. É o primeiro filme do diretor Augusti Villaronga hoje com mais 6 títulos no currículo. É clara a inspiração no Pasolini de “Salo”. O roteiro do próprio diretor trata de um carrasco nazista que anos depois da 2ª. Guerra está invalido, dentro de um pulmão de aço (máquina que lhe permite respirar, mas que o obriga a ficar preso em seu interior) e que passa a ser tratado, sem saber, por um jovem que foi uma de sua vitimas quando criança. Este personagem, tão ou mais louco que o doente, ataca a família do nazista matando sua esposa e perseguindo sua filha menor de idade. As cenas de torturas são quase sempre explicitas e mesmo com a fotografia “dark” demonstra uma satisfação sádica do autor. Um filme abjeto que infelizmente tem seu público.


“O Estudante”(El Estudiante/México 2009) é um melodrama que foge um pouco à tradição que o cinema mexicano obteve no passado. Mas não se furta à missão de levar o público às lágrimas. Trata de um septuagenário aposentado que resolve seguir os estudos na área da literatura. Matricula-se na universidade e passa a conviver com pessoas mais jovens. No princípio a esposa não o estimula, pois quer é ter mais tempo com o parceiro. Mas em seguida lhe dá força no grande sonho. Há um drama que desmotiva o estudante, mas se recompoe após ser ajudados pelos colegas jovens.
Narrativa simples, atores simpáticos especialmente Jorge Lavat (hoje com 77 anos), ator que no ano passado atuou em uma nova versão de “Marcelino Pão e Vinho”. Os antigos fãs de Libertad Lamarque & Victor Junco vão gostar.


Em 1956 a peça “Baby Doll” de Tennessee Williams ganhou o cinema com roteiro do escritor e direção do veterano Elia Kazan, sociedade que já vinha de outros títulos como “Uma Rua Chamada Pecado”(A Streetcar Named Desire, 1951). No Brasil, o filme que ora sai em DVD chamou-se “Boneca de Carne” e revelou a atriz Carrol Baker (80, em maio próximo). Mas o triunfo maior é do desempenho de Karl Malden, protagonizando o marido ciumento e arrogante da garota de 20 anos que dorme num berço, anda de camisola e não mantêm relações intimas com o esposo.
O filme consegue ser mais cinema e menos teatro do que a média da época. Mas é muito ligado à cultura especifica do sul dos EUA nos anos 1950. Vendo dessa forma dá-se mais valor aos problemas focalizados, sempre com um toque de ironia e com as falas substanciosas. Foi sucesso de publico a ponto de a camisola da mocinha ganhar o nome de “baby-doll” e assim ficar conhecida nas lojas e nos guarda-roupas femininos.
Cópia em DVD deixando muito a desejar.


DVDS MAIS LOCADOS (FOXVIDEO)

1. Atração Perigosa
2. Tropa de Elite 2
3. Comer, Rezar, Amar
4. Scott Pilgrim Contra o Mundo
5. Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme
6. Enterrado Vivo
7. Na Trilha do Assassino
8. Alexandria
9. Amor por Acaso
10. Jogos Mortais - O Final

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