Neste carnaval, para quem não vai brincar nas festas ou em blocos de rua ou, ainda, aproveitar os dias de folga para visitar as estações balneárias, ou mesmo, viajar para outros estados ou países, o cinema é o programa. E se os filmes em cartaz já foram vistos, melhor é usar o aparelho reprodutor de DVD seja o tradicional seja o Bluray.
Os filmes que tratam de carnaval
foram em sua maioria exibidos no programa que o cinema Olympia está encerrando
esta semana com o premiado (Cannes e Oscar) “Orfeu do Carnaval” (Orphée Noir,
1959) de Marcel Camus. Todos esses títulos existem em discos digitais: “Assim
Era a Atlântida”, “Carnaval Atlântida”, “Garotas e Samba”, “É De Chuá”,”Garota
Enxuta”, “Aviso aos Navegantes” e o próprio “Orfeu do Carnaval”, tendo, ainda,
a versão da mesma peça de Vinicius de Moraes dirigida por Cacá Diegues.
Muito que se filmou sobre a festa
que veio para ficar em território brasileiro ainda não chegou ao cinema
doméstico. Faltam, por exemplo, dois títulos ligados ao movimento “cinema
novo”: “A Lira do Delírio” (1978), de Walter Lima Jr e “Quando o Carnaval
Chegar” (1972), de Cacá Diegues e, ainda, da Atlântida: “Vamos com Calma” (1956)
de Carlos Manga. Isto sem falar em “Carnaval no Fogo” (1949) de Watson Macedo e
“Tudo Azul’ (1951), de Moacyr Fenelon, ambos considerados perdidos. Faltam,
ainda, filmes modestos como ”Alameda da Saudade” (1950), de Carlos Ortiz. E
tantos mais em que o carnaval é um ilustre coadjuvante, até mesmo títulos
estrangeiros ( lembro que em “Os Boas Vidas”(1953) de Federico Fellini há uma
sequência do carnaval italiano( em Rimini, terra natal do diretor). Sequencia
que explora não só a festa carnavalesca
em si, mas os vários episódios que serãovértices de pequenos dramas familiares.
Sem sair do tema período momesco,
um título mais novo está na animação “Rio” de Carlos Saldanha (2011), onde o
carnaval para turista tem vez. Aproveitando a “dica” é bom saber que o mesmo
compete na categoria de melhor música (Carlinhos Brown) no próximo Oscar,
concorrendo com “Os Muppets). Mas o cinéfilo de folga não vai ficar nesses
títulos e, na maioria da vezes, não quer saber de carnaval nem “pintado”.
Procura nas locadoras as novidades como “Guerreiro”(Warrior/2011) o
surpreendente filme de Gavin O’Connor que candidata Nick Nolte ao Oscar de
coadjuvante (ele interpreta o pai de dois lutadores, um ex-alcolatra, tentado sair
do vicio, mas sendo tencionado para voltar, quando sabe que os seus “meninos” ,
ambos ligados à luta - livre vão se defrontar). Esse filme foi lançado diretamente ao DVD, pela
distribuidora. Outro programa excelente é “Homens e Deuses”(Des Hommes et des
Dieux)de Xavier Beauvois(2010) que foi exibido ano passado no Cine Estação. Não
dá pra esquecer, também, do sensível “50%”(2011), de Jonathan Levine sobre um
rapaz que descobre ter um tipo raro de câncer, com 50% de probabilidade de
cura. Ele enfrenta a expectativa com auxilio de um amigo, uma vez que a
namorada em quem ele confiava, deixa o barco pelo meio do caminho sem lhe
melhor atenção, devido a tensão e sofrimento da doença do namorado (não é todo
mundo que se mantém amigo numa hora destas). O simpático “Gigantes de Aço” (2011),
de Shawn Levy também interessa a toda a familia solidária diante do vídeo, pelo
tema interessante enfocando o relacionamento entre pai e filho sendo tratado na
forma cativante mostrando aos jovens a luta livre de robôs unificando a
família. Considero de “bom tamanho” para este tempo, o clássico noir de Fritz
Kang, “O Segredo da Porta Fechada” (1947 ), onde a personagem de Joan Bennett, esposa
e psicóloga de Sir Michael Redgrave (ele estreando no cinema norte-americano)
mantém um romance mesclado a segredos & tensões emergentes do passado que
precisam ser resolvidas para retorno à felicidade do casal e a descobrta do
verdadeiro responsável por fatos mortais. Finalmente, o convite para alugar nas
locadoras um filme interessante que assistihá muito tempo e só agora chega em
vídeo: “Pistoleiros do Entardecer”(1962), de Sam Peckinpah, com os veteranos Joel
McCrea e Randolph Scott, tratando de um autêntico réquiem para velhos caubóis.
Curtam
esses e mais filmes interessantes (cuja relação é inesgotável para a tela
pequena) nesta temporada de folga.
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