sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

OSCAR - II


No texto de hoje evidencio os filmes concorrentes ao Oscar deste ano, cujo evento será na noite deste domingo, 26.

Concorrem ao prêmio de melhor filme: “Cavalo de Guerra”, ”O Artista”, ”Monyeball-O Homem que Mudou o Jogo”, “Os Descendentes”, ”Histórias Cruzadas”, ”A Árvore da Vida”, ”Meia Noite em Paris”, “A Invenção de Hugo Cabret” e “Tão Forte e Tão Perto”.

“A Árvore da Vida” ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes do ano passado e é, como eu referi ontem, um filme de festival, ou seja, um filme valorizado por sua estética, por sua contribuição à arte cinematográfica. Estranha-se que esteja concorrendo a um prêmio de indústria. A indicação me parece um reconhecimento cultural.

“Cavalo de Guerra” cai bem na questão de filme de indústria, mas o argumento (e roteiro) explora um assunto gasto pelo uso. Apesar de uma produção requintada (e cara) não creio que vença na primeira categoria.

“O Artista”está entre os favoritos. A coragem de realizar um filme mudo e em preto e branco numa época em que a tecnologia vende ingresso projeta (sem ironia) o cineasta francês Michel Hazanavicius. É a história do cinema contada de forma pitoresca. Um filme sedutor embora esteja sendo difícil vencer o preconceito para uma forma antiga. Não é sucesso comercial, mas é muito importante.

“Moneyball” trata de beisebol. Para o brasileiro é meio deslocado, mas a intriga extrapola esse esporte e vê as negociações nem sempre honestas que cercam qualquer área esportiva. Além do mais, apresenta uma nova fórmula de recrutar jogadores a partir do cálculo matemático que, segundo alguns, está sendo inserida agora no esporte. Brad Pitt, por seu desempenho, ganha candidatura embora trabalhe ( melhor) em “Arvore da Vida”.

“Os Descendendentes” é favorito por tratar de um tema caro aos norteamericanos. Um melodrama centrado na infidelidade conjugal e na reintegração do pai na nova família, uma vez que ele foi ausente sempre. O que se observa é a “culpada”, nos estertores da morte, tendo sua moral solapada sem poder se defender. George Clooney é candidato por seu papel, mas esteve bem melhor há dois anos por seu desempenho em “Amor sem Escalas”.

“Histórias Cruzadas” me pareceu um filme velho. Não só pela forma, mas, principalmente, pela abordagem do preconceito racial no Tennessee. A atriz Viola Davis, concorrendo, já mereceu o prêmio do sindicato de atores. Está bem, mas sem realce.

“Meia Noite em Paris” é uma viagem cultural no tempo feito pela imaginação de Woody Allen. O cineasta se volta à mesma divagação do seu excelente “A Rosa Púrpura do Cairo”, mas, desta vez, repassa um encontro com escritores norteamericanos famosos numa Paris boêmia entre o final do século XIX e inicio do XX. Não é o melhor filme dele, mas é muito bom. Não sei se vai sensibilizar os eleitores do Oscar.

“A Invenção de Hugo Cabret” rima com “O Artista”na evocação dos primórdios do cinema. A diferença é que ele usa a mais moderna tecnologia para abordar os primeiros anos da indústria cinematográfica, focalizando o pioneiro George Mèliés. Ou seja, casa o desempenho do criador de ontem e suas invenções, com a criação de hoje (3D), no avanço tecnológico de perscrutar as imagens. O filme deriva de um livro de um descendente de David O.Selznick o produtor de “...E o Vento Levou”. É emocionante e de excelente realização e está concorrendo ao maior numero de indicações (11), com ênfase para a direção de arte, fotografia, roteiro adaptado e edição.

“Tão Forte e Tão Perto” estréia amanhã, nos cinemas de Belém. Trata de um menino que perde o pai no atentado de 11 de setembro e encontra uma chave deixada por ele, procurando saber de onde é. Tom Hanks e Sandra Bullock estão no elenco. O diretor Stephen Daldry realizou “As Horas”e “O Leitor”, filmes que venceram categorias de Oscar (atrizes- Nicole Kidman e Kate Winslet, respectivamente).

Apostar nos prováveis vencedores? Às vezes dá certo, outras não. É que a “cabeça” do industrial do cinema difere da nossa. Se acertarmos uma ou outra categoria vencedora, neste caso, acho pura sorte, não a perspectiva de que eles coincidentemente estão penando como nós. Sabe-se que a indústria tem sua lógica e é isso o que vai valer no final das contas. Vender o produto não é a mesma coisa que eu penso em “sentir” a alma do filme. Mas, vamos lá torcer pelo melhor. Os cinéfilos de carteirinha não vão perder essa oportunidade.

Um comentário:

  1. Aliás Luzia na categoria ator coadjuvante temos mais um veterano o Cristopher Plumer é interessante este duelo entre o Plumer e o Max Von Sydow

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