domingo, 22 de abril de 2012

AREA Q


Isaiah Washington, atore de seriados da TV americana é o principal personagem em "Área Q"
Quixadá (Ce) é tida como “a capital nordestina dos discos voadores”. Há casos acontecidos lá, de abdução, que entusiasmaram os ufólogos (ou ovniólogos), como o do Sr. Luis Barroso Fernandes, contado em detalhes na revista UFO, de fevereiro/2012.
O assunto deu margem ao filme “Área Q” de Gerson Sanginitto, ora em cartaz nacional. A produção é binacional (Brasil/EUA) e conta com o ator Isaiah Washington conhecido das telesséries “Grey’s Anatomy” e “Law & Order. Ele interpreta um repórter norte-americano viúvo, pai de um menino de 7 ou 8 anos, que um dia desaparece quando estava brincando num parque.
Thomas Matthews (o nome do personagem interpretado por Washington) que desde o desaparecimento do filho desinteressou-se do emprego de jornalista, é enviado ao Brasil, especificamente ao Ceará, para pesquisar a matéria intrigante que circula o noticiário mundial e elaborar uma reportagem sobre os acontecimentos misteriosos ocorridos em dois municípios cearenses, Quixadá e Quixeramobim, somando-se a estes mais um com a inicial Q, conhecidos como área Q (Quixeré e /ou Quixelô). Naquele lugar há outros desaparecidos, especialmente um homem chamado João Batista que depois de sumir de sua casa é considerado responsável por milagres que acontecem na região.
O filme indica um contato do 3° grau (comunicação com ET) lembrando o discurso de Klatoo (Michael Rennie) no clássico do cinema “O Dia em que a Terra Parou”(The Day the Earth Stood Still/EUA,1951). Como um observador da vida na Terra, o visitante de outro mundo diz que está preocupado com a violência no planeta, com as armas nucleares e o inicio das viagens dos homens para o espaço sideral. E ameaça interferir se a má conduta humana chegar a outros planetas.
O tema sempre é interessante e a prova é que “O Dia...” ganhou nova versão em 2009. Mas para tratar do assunto é preciso mais embasamento. “Área Q” é um esforço louvável por se saber que partiu de uma produção difícil, longe do poder econômico de uma Hollywood. Mas até aí caberia uma adaptação de recursos. O roteiro é muito esquemático e traz situações que me pareceram mercadológicas como o encontro amoroso de Matthews com a colega jornalista Valquíria (Tania Khalil) que mais tarde se sabe ser agente do governo americano e estar investigando os óvnis a mando da “inteligência” estatal. Esse recurso comercial tira a feição realista que se apresentava até pela atuação apenas razoável do elenco (vê-se que até um veterano como Washington está em alguns momentos deslocado).
A presença de uma companhia de filmes espírita, na ficha técnica, indica ter havido um propósito de inserir a “mensagem” evocada como uma proposta de conciliação. O final, por exemplo, é demonstrativo de uma dimensão reencarnatória (embora o garoto não tenha falecido) como forma de atender ao apelo do pai americano ao ser extraterreno para rever seu garoto, e não à toa a criatura do espaço é mostrada em alguns planos como uma luz (seria o equivalente a um espírito de luz). Mas o diretor faz questão de dizer que seu trabalho nada tem de espiritualista ou mesmo de ficção cientifica. Seria um pai em busca do filho. Mas o próprio argumento, fragilizado num roteiro esquemático, coloca muito mais assunto em pauta e nisso vai o potencial lendário do sertão nordestino. Apesar de tudo, o filme não é ruim. Poreja as boas intenções e um equilíbrio artesanal dentro dos mínimos recursos obtidos.
Um detalhe: a figura de João Batista aparece falando em inglês. Mas a sua mensagem é dita em português. Mostra-se a capacidade de comunicação do espírito elevado (o ET).

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