terça-feira, 4 de junho de 2013

MONGE BUÑUELIANO



Vincent Cassel em "O Monge"

Dificil não encontrar em locadores & demais locais, cópias de filmes em videos que nos certificam de que os lançamentos comerciais nos cinemas de Belém são muito pobres, com as distribuidoras responsáveis deixando-nos numa opção negativa a cada semana. O importante, para aliviar a sede de bons e inéditos filmes, é que temos o circuito extra que tem proporcionado grandes programas com debates & tudo mais. E outra opção para os inéditos é a procura em cópias DVD, como alguns que assisti semana passada.
O Monge(Le Moine, França, Espanha, 2009), cujo roteiro escrito pelo também diretor Dominik Moll e Anne-Louise Trividic, se baseia no romance (homônimo) gótico de Matthew Lewis. O tema é a flexibilidade da fé. Na Espanha do século XVII Ambrosio (Vicent Cassel) é encontrado bebê na porta de um convento. Alguns monges pensam que é obra do diabo, pois o menino traz uma grande mancha no ombro esquerdo. Mas o superior diz que é um enviado de Deus. Já homem, o bebê achado torna-se monge e tem uma facilidade de se expressar que impressiona os fiéis em seus sermões. Certo dia chega ao convento um homem e uma pessoa que se encobre em máscara e o acompanhante diz que se trata de um queimado. Esse personagem, na verdade é uma jovem feiticeira, que seduz o sacerdote. Mas de quem este gosta mesmo, e sonha com esse alguém, é a filha de uma mulher vizinha do mosteiro. A feiticeira oferece uma fórmula de sedução para aplicar à jovem amada. Alguns fatos do passado irão mostrar-lhe quem é a jovem e o interesse secreto da feiticeira será descoberto, inclusive pela mancha no ombro. O endereço do monge, daí em diante, está a cargo de Satanás.
O filme é dirigido por Dominik Moll, alemão formado em Nova York e autor dos suspenses Harry Chegou Para Ajudar (2000) e Lemming– Instinto Animal (2005). “O Monge” ganhou prêmio de música em Hollywood. E muitos críticos viram semelhança com Simão do Deserto” (1965) de Luis Buñuel. De fato, há muito do “viejo brujono tema e na condução narrativa. Um filme importante que não chegou aos nossos cinemas. Vale a pena procurá-lo em DVD.
Curvas da Vida(Trouble with the Curve, EUA 2012) trata de beisebol tema (e jogo) em que o brasileiro não mostra afinidade. Mas tem Clint Eastwood, aos 82 anos, protagonizando um antigo técnico do esporte que está ficando cego, é rabugento e sente orgulho da filha advogada (Amy Adams) que é uma enciclopédia do seu esporte favorito (embora vivam distantes afetivamente). O time do velho técnico anda fraco e a jovem está estreando sociedade no escritório de advocacia em que atua. Há um esboço de romance no entorno do filme, mas o enfoque maior é o renitente ancião e sua cria de 33 anos. Roteiro muito esquemático de Randy Brown e direção do amigo e sócio de Eastwood na Malpaso (empresa dele) Robert Lorenz. Também não chegou por aqui.(O filme foi exibido no Moviecom Castanheira)
10 Anos de Pura Amizade(10 Years, EUA, 2012) apresenta um tema semelhante ao de O Grupo” (1966) de Sidney Lumet. Trata de colegas de colégio que se reúnem após 10 anos de formados em uma festa planejada para um hotel. É hora de matar saudades, mas, ao mesmo tempo, de testar sentimentos que vinham adormecidos. Bom tema desperdiçado no roteiro do diretor Jamie Lindem. Tudo é muito esquemático, a impressão é de que o espectador já deveria conhecer os personagens. E eles não apresentam características que levem a um quadro psicológico realista. Resta uma espécie de um videoclip sobre um encontro de amigos. Muito falado e pouco expressivo.
João e Maria, Caçadores de Bruxas(Hansel & Gretel Witch Hunres, EUA, 2013) foi exibido nos cinemas de Belém. É uma abordagem sensacionalista de conto de fada procurando usar o tema e personagens no que as HQ fazem com os super-heróis, endereçando em cinema para os chamados blockbusters. Um roteiro ruim coloca os tipos que a criançada (do meu tempo) conhecia ao ouvir a história e se emocionava. Eles são levados para a mata pelos pais, sendo encontrados por uma bruxa a quem ludibriam quando esta queria saber se estavam “gordinhos” para comê-los. Os dois se salvam ao fugir e, por vingança, se especializam em matar feiticeiros e o fazem de aluguel na Idade Média. Direção de Tommy Winkola. Ruim demais.(Exibido no Cinépolis Boulevard e Moviecom)


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