terça-feira, 25 de agosto de 2009

SE BEBER, NÃO CASE






Uma despedida de solteiro surrealista é o que oferece o diretor Todd Philips (roteirista de “Borat”) e os roteiristas Jon Lucas e Scott Moore (de “Minhas Adoráveis Ex- Namoradas”) com o titulo original de “The Hagover”(que pode ser traduzido por “ressaca”), aqui intitulado “Se Beber, Não Case”.
O filme trata da odisséia de quatro amigos que se reúnem para a despedida de solteiro de um deles. Especificamente é o dentista Stu (Ed Helms), temeroso da ira da noiva, Phil (Bradley Cooper), o galã do grupo, Alan (Zach Galigianatis), aparentando ser o apaziguador das turras em que se metem os comparsas e o noivo Doug (Justin Bartha).
A primeira imagem do filme é um close de Phil telefonando pelo celular para a noiva do amigo que se prepara para a cerimônia de casamento marcada, com toda a pompa, para daí a poucas horas. Ele diz que “não vai dar”, que “fizeram uma loucura” e que Doug, o noivo, simplesmente havia desaparecido. Ele fala do deserto de Monjave para onde haviam se dirigido depois de muitas trapalhadas no luxuoso hotel Ceasar Palace, de Las Vegas.
O flash-back passa a ser exibido marcando dois dias antes do fato em foco. Não se vê a farra dos amigos, a câmera deixando-os depois de uma reunião no pátio do ultimo andar do hotel, discutindo o que irão fazer. O que surge é a imagem do apartamento que eles ocupam depois da noitada. Há uma galinha circulando pelo ambiente, um tigre dentro do banheiro, os móveis quebrados, gavetas reviradas, e um bebê chorando em uma cesta disposta num canto. Todas essas figuras bizarras ganham explicações, exceto a galinha. O pretexto surrealista valoriza a comédia e dá um tom narrativo invulgar para um tipo de gênero que parecia seguir o déjà vu.
No desenrolar das trapalhadas, sabe-se, então, que durante a bebedeira Stu casou com uma “stripper” (a mãe do bebê que aparece no apartamento), e está com um dente quebrado. O tigre que se acha no banheiro impondo o medo aqueles que precisam usá-lo é de propriedade do famoso peso-pesado Mike Tyson, que aparece pela primeira vez no cinema como intérprete (ele tem até algumas falas do roteiro). A busca pelo desaparecido Doug varia de explicação, a cada peça desvendada da trama: ora teria sido seqüestrado por um chinês que acusa o bando de roubo de sua fortuna ganha no cassino, quando bêbados,ora teria sido alimento do tigre. Enfim, são muitas as peripécias em torno dos rapazes que objetivaram diversão e se meteram numa aventura jamais imaginada.
O filme não é o primeiro a focalizar despedidas de solteiro e no passado, há pelo menos dois títulos marcantes: o realizado em 1957 por Delbert Mann, The Bachelor Party, sobre um texto de Paddy Chayefsky, pródigo escritor de histórias para a televisão; e a de Neil Israel, em 1984, com Tom Hanks. Apesar de o primeiro ter a marca neo-realista interessante, tratando o assunto de forma cômica, mas sem exageros, e o segundo levando a festa a um carnaval pela descontração dos personagens e quebra de tabus, nada assume a feição deste exemplar de Todd Phillips que surpreendeu mês passado quando fez sua estréia mundial, rendendo nas bilheterias mais de US$ 200 milhões em pouco tempo de exibição e isto numa época de “blockbusters”.
Como diversão, um bom programa.
Cotação: *** (Bom)

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