quarta-feira, 14 de outubro de 2009

OS CASSAVETES














Por que tratar dos Cassavetes? Há filme de um deles no circuito exibidor, e o lançamento de cópias em DVD, do outro. Conferir-lhes valor recupera o nosso compromisso em divulgar a importância do bom cinema da lavra de bons diretores.
O primeiro Cassavetes, John (1929-1989), realizou 79 filmes como ator, 16 como diretor, 13 como roteirista e 2 como editor. Se como intérprete marcou as platéias mundiais como o personagem que incorporava o marido de Rosemary (Mia Farrow), a figura feminina inseminada pelo diabo no clássico de Roman Polanski “O Bebê de Rosermary”(Rosemary’s Baby/1968), os críticos não o esqueceram como diretor de obras marcantes, a exemplo: “Sombras”(1959), “Faces”(1968, foto),”Maridos”(1970), Uma Mulher Sob Influência”(1979) e “Noite de Estréia”(1984). Estes últimos filmes, a exceção de “Maridos” e incluindo-se “O Assassinato do Bookmaker Chinês”(1976), foram exibidos em Belém no Cine Libero Luxardo, em cópias editadas em Portugal. Presentemente foram lançados em DVD pela Cinemark. É possível que dentro de mais alguns dias esses discos estejam à disposição dos cinéfilos locais na Fox Vídeo. Do grupo, destacado “Uma Mulher Sob Influência” e “Noite de Estréias” como marcos de uma narrativa pessoal acompanhando personagens muito bem estruturadas, especialmente pela interpretação exemplar de Gena Rawlands, esposa de John.
Aliás, foi exibido, recentemente, num canal de TV por assinatura, “Minha Esperança É Você” (A Child is Waiting/ 1963), de John Cassavetes e último trabalho no cinema da atriz e cantora Judy Garland, a garota prodígio de “O Mágico de Oz”(The Wizard of Oz/ 1939). Embora muito mais velha do que o exigido pelo papel, sendo, contudo, o grande trunfo da MGM que deixou de contratar Shirley Temple (esta a intérprete desejada e uma das mais valiosas estrelas da empresa concorrente 20th Century Fox).
Nas locadoras há poucos filmes desse cineasta, a lembrar apenas o curioso “Gloria” (1980) e, como ator, além de “O Bebê de Rosemary”, o conhecido épico “Os Doze Condenados” (The Dirty Dozen/1967) de Robert Aldrich. Muito pouco para quem deixou muito bom cinema.
Nick Cassavetes (1959), filho de John com a atriz Gena Rawlands, continuou a carreira do pai. Já atuou até hoje em 35 filmes, esteve na direção de 7, escreveu 6 como roteirista e ainda trabalhou em 2 trilhas sonoras. Sob a direção de Nick chegou até aqui o interessante “The Notebook” (2004). Em DVD podem ser encontrados: “John Q” (2004) e “Alpha Dog” (2006). Como ator, embora em papéis menores, esteve no filme do pai, “Maridos”, e em “Máscara do Destino” (The Mask/1985), de Peter Bogdanovich (interpretando o garoto com a doença deformadora vista em “O Homem Elefante”).
Um novo trabalho de Nick está em exibição, “Prova de Amor” (My Sister’s Keeper/2009), curioso argumento sobre uma jovem que é concebida para salvar a irmã portadora de leucemia, doadora da medula óssea. No caso, a jovem, depois de ajudar a irmã e passar por um tratamento, questiona a missão que seus pais lhe deram. O filme ganhou muitos elogios da critica internacional, mas, mesmo assim, está sendo exibido por aqui apenas em duas sessões noturnas nos dois shoppings (Pátio e Castanheira). Pode ser que essa estratégia seja em caráter de pré-estréia, e será justo que receba mais espaço. Mas em se tratando de Nick Cassavetes é justo que se espere um programa de exceção e logo o estarei comentando aqui e no meu blog (http://www.blogdaluzia.com/)
Esse tipo de lançamento, aliás, pode ser exemplificado através do excelente “Amantes” (Two Lovers), de James Gray, que só foi exibido no horário de pré-estréia, por uma semana e com certeza deixou de render o que deveria em termos de público. Daí porque motiva a indicação aos leitores deste espaço, considerando que os colunistas de cinema não vêem filmes antes da estréia, sendo raras as cópias de serviço que chegam em DVD ou que se pode fazer “download”. A indicação deste espaço é para que o público assista logo “Prova de Amor”, não deixando de ver um filme que promete muito. Pelo menos é o que diz certa crítica internacional.

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