sexta-feira, 30 de abril de 2010

GOOD BYE SOLO














O cinema independente norte-americano vai contra a corrente da indústria do filme e por isso ganha pontos diante de uma platéia incomum, a que é formada pelo que se chama de “cinéfilos”. Um exemplo dessa facção é “Good Bye Solo”(EUA, 2008) de Ramin Bahrani, também autor do roteiro. O que se vê pode ser contado em poucas palavras: um taxista da Carolina do Norte ganha um passageiro estranho. É um homem idoso, triste, que lhe paga por antecipação cem dólares, dos mil dólares que pretende dar para liquidar uma corrida de taxi que o leve para o alto de uma serra. Não é uma viagem imediata. Há coisas para resolver antes. E, nesse tempo, a câmera vai mostrando a vida que leva o taxista, uma pessoa que não vive bem com a esposa, devota especial estima à enteada (menina inteligente e ágil), luta para poder reformar o seu carro e conversa muito com os passageiros, por isso incomodando o novo e enigmático freguês.
O final do filme-e da viagem-não é surpresa, mas consegue deixar no espectador a sensação de vazio que o cenário (nos dois sentidos: de cinema, que se confunde com argumento, e cenográfico) sugere.
Um belíssimo trabalho de gente nova no “metier”. O filme ganhou prêmios inclusive da Crítica Internacional do Festival de Veneza, recebendo elogios de críticos tradicionais. Merecidamente. Por aqui, é obvio, só chega em DVD. É uma pena, pois a visão requer um espaço que não mereça interferências. Mas é o que o mercado exibidor nos dá.
“Anjo ou Demônio”(Fallen Angel/EUA, 1947) é de Otto Premminger e segue a influencia de “Laura”( 1944) um dos mais aplaudidos filmes desse diretor. Dana Andrews interpreta um tipo que vive de serviços prestados e alcança uma pequena cidade propagando um espertalhão que vende sessão espírita. Nessa missão conhece a protegida de um velho dono de bar (Linda Darnell) por quem se apaixona. Mas ela não é só bonita como esperta. Quer tirar proveito do namoro. E para isso o pretendente tem que arranjar dinheiro. Isso o rapaz vê na rica herdeira, que junto com a irmã (Alice Faye) administra o passivo do pai, tornando-se a esposa dele. Uma conveniência que muda com o tempo e as situações que surgem como o assassinato da bela mulher que trabalha no bar. O filme não possui a profundidade de “Laura”, mas intriga quem admira historias policiais. Há o bastante para se pensar em quem é o criminoso.
“Amemos Outra Vez”(The Next Time we Love/EUA, 1936) inova para a época de sua realização. Assemelha-se a uma comédia romântica típica de um tempo, mas se torna um drama bastante amargo na visão do relacionamento de um casal (James Stewart e Margaret Sullvan). O diretor é Edward Griffith. É interessante ver como esses velhos filmes têm um poder sedutor mesmo no processo narrativo.
“O Capitão de Castela”(The Capitain of Castile/EUA, 1946) é uma superprodução de Darryl F. Zanuck, o “tycoon” da Fox Films na época. Dirigido pelo hábil Henry King adapta o romance bem comercializado de Samuel Shellabarger. Trata de um nobre espanhol (Tyrone Power) que vê a família perseguida pela Inquisição e foge para a América com o navegador Hernando Cortez (César Romero). Com ele viaja uma jovem serviçal (Jean Peters estreando) com quem, afinal, se unirá. O filme deturpa a história e vê a conquista do reino dos astecas, no México, como uma missão patriótica. Hoje seria o contrário. Mas ainda assim não endossa os males dos conquistadores e condena os desmandos de certos religiosos. Bem narrado sempre é um espetáculo atrativo ainda hoje.
E a minha geração não pode perder “Cantoras do Rádio” (Brasil,2009) documentário de Gil Baroni e Marcos Avellar. Quatro estrelas dos palcos, discos e emissoras dos anos 1950, no Brasil, desfilam lembrando um passado que hoje é Historia e merece mais divulgação. Vale a pena ter em casa.

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