segunda-feira, 19 de setembro de 2011

FELIZ POR ESTAR VIVA



Claude Miller, 69 anos, tem um currículo extenso, seja como professor (da Universidade de Columbia e Escola de Artes Visuais (EUA) seja como cineasta (20 filmes, 12 prêmios) seja como assistente (trabalhou com Jean-Luc Godard em “Week End”), seja como roteirista e até como ator. Ele e seu filho Nathan dirigiram “Feliz que Minha Mãe Esteja Viva”(Je Suis Heureux qui ma Mére Soit Vivent/França 2009) só circulando por aqui em DVD.

O roteiro dos dois diretores e de Alain Le Henry de uma história (real) de Emmanuel Carrière focaliza o jovem Thomas (Vincent Rottiers), criado com a mãe e o irmão bem mais novo. Ele é obcecado pela mãe, mas esta tem uma vida errante e acaba por entregar o garoto, então com 12 anos a um internato. Lá cresce um revoltado. É adotado por um casal, mas persegue a mãe biológica. Quando a encontra, passa a morar com ela, contudo, não recebe o afeto que exige, para muitos confundido com Complexo de Édipo. Acaba ferindo-a mortalmente (que já está em outro relacionamento quase esfacelado e tem outro filho). Ela não morre e ainda vai inocentá-lo em júri.

O filme é muito bem narrado, com excelentes desempenhos. O que falta é um maior aprofundamento no personagem principal. Não se define bem quem é realmente Thomas. O tipo só não fica mais reticente por culpa do rendimento do ator, uma boa máscara (e bem explorada em vários closes). Há, sem dúvida” a evidencia da relação entre filho adotivo já crescido e a expectativa de que a família que tinha seria melhor, mesmo que os pais reservem a ele um bom tratamento, a ponto de o pai cair em depressão quando o filho revoltado sai de casa. E não retorna mais do adoecimento, mantendo-se num hospital onde recebe os cuidados.

Nos momentos finais, o drama é centralizado na conversa das duas mães do personagem: a biológica, convalescente do atentado cometido pelo filho, e a adotiva. A primeira diz para a segunda: “Você criou ele...e fez um péssimo trabalho”. Na verdade, a visão de culpa pelo abandono dos filhos obriga-a a defender-se projetando seu sentimento, na outra mulher. Vale a pena ver.

Para o cinéfilo está na FOXVIDEO um titulo raro: “Amor na Cidade” (Amore in Cittá/Itália,1953). Não foi programado para os cinemas locais nem foi exibido nos cineclubes de décadas passadas. São episódios sobre o tema que dá o titulo imaginado pelo roteirista Cezare Zavattini. A direção é de velhos diretores: Carlo Lizzani, Michelangelo Antonioni, Dino Risi, Francesco Maseli, Federico Fellini e Alberto Lattuada. O primeiro entrevista prostitutas nas ruas romanas. Antonioni entrevista quem tentou suicídio. Risi focaliza um baile onde pessoas de classe média-baixa, com diversas idades, tentam se divertir. Fellini diz que o fato aconteceu com ele quando era repórter: foi visitar uma agência de matrimonio (arranjava maridos e mulheres para os clientes) e acaba conhecendo uma jovem que só espera casar com um homem rico para se manter. Maseli cria um drama comovente focalizando uma Jovem mãe, abandonada pelo namorado e sem recursos, que é obrigada a criar o filho pequeno e, em desespero, acaba abandonando o menino num bosque. E Lattuada é o único a fazer comédia, observando o comportamento dos italianos na época, especialmente dos “paqueras”.

Tantos cineastas ilustres mostram seus talentos de diversas formas. O estilo é jornalístico. Curioso sempre.

Também vale a pena assistir a “Lope” o filme que o brasileiro Adroucha Waddington realizou na Espanha sobre a vida do poeta Lope de la Veja. Filme de época muito interessante.


DVDs MAIS LOCADOS (FOXVIDEO)
Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio
A Garota da Capa Vermelha
Água para Elefantes
Padre
Pânico 4
Fúria sobre Rodas
Em um Mundo Melhor
Biutiful
Reencontrando a Felicidade
O Poder e a Lei

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