terça-feira, 12 de junho de 2012

NAMORADOS NO CINEMA

Lawrence Olivier e Merle Oberon em "O Morro dos Ventos Uivantes", o clássico filme adaptado de Emile Brontë

No Brasil, o dia dos namorados tem uma comemoração mais sintonizada com os festejos do “santo casamenteiro”, Santo Antonio. Noutros lugares, a data alcança a origem que foi a homenagem a S. Valentim, um bispo católico que viveu no fim da Idade Média e lutou contra as ordens do imperador Claudio II que havia proibido casamento durante as guerras acreditando que os soldados solteiros eram mais produtivos. Valentim foi preso e na prisão chegou a curar uma jovem cega por quem se apaixonou. O dia de sua morte, 14 de fevereiro, passou a ser consagrado aos namorados. Mas no Brasil ficou melhor a vespera de Sto. Antonio.
O prologo é para chegar ao objetivo da coluna dedicada a cinema. Sabendo-se que os filmes, desde os primeiros tempos da cinematografia, são pródigos em registrar namoros ou relacionamentos amorosos, resolvi lembrar os mais conhecidos, ou os mais significativos desse gênero. E pensei em lembrá-los por países produtores.

Começando com a sede da grande indústria ciinematográfica, os EUA. Como o número de filmes norte-americanos em que se observam pessoas apaixonadas é imenso, achei bom lembrar os exemplares da fase muda e da fase sonora. Da primeira, não hesito em nomear “Aurora” (Moonrise/1928) de F. W. Murnau. É impossivel esquecer o relacionamento do camponês (George O’Brien) e sua amada (Janet Gaynor). Ao se deixar seduzir por uma outra (Margaret Livingstone) ele pensa até mesmo em matar a companheira. Mas se arrepende e o reencontro dos dois é um poema que Murnau focaliza em imagens evidenciando a origem da arte desse autor, o expressionismo.
Da fase sonora penso em “O Morro dos Ventos Uivantes”(Wuthering Heighs/1939) de William Wyler, com roteiro de Charles McArthur e Ben Hetch, baseado no romance de Emile Bronté. O então jovem diretor John Huston também colaborou nesse roteiro. Não é fiel ao original literário, mas o seu poder de sintese reflete muito bem a paixão de Heatchcliff (Laurence Olivier) por Cathy (Merle Oberon). É célebre o momento em que ela define o seu amor por ele dizendo “I am Heatcliff” (eu sou Heatcliff) – e nessa hora o plano ilumina-se com um relampago, recurso para evidenciar a confissão de amor. Criticado por reinterpretar o texto de Bronté, especialmente por sintetizá-lo, o filme conseguiu brilhante efeito com a imagem do casal amante caminhando em espirito pelo cenário de sua paixão. Só assim conseguiram ser felizes visto que, de classes sociais diferentes, a sociedade da época não aceitar aquela união.

Do cinema francês eu lembro “A Historia de Adele H”(L’Histoire d’Adèle H/1975) de François Truffaut onde o amor preside a odisséia da jovem filha do escritor Victor Hugo (Isabelle Adjani) que se lança numa aventura desastrosa atrás de um militar por quem se apaixonou.
Do cinema sueco, há “A Última Felicidade”(Hon Dansade en Sommar/1951) de Arne Mattson, a história do namoro de um estudante de Estcocolmo com uma camponesa (Ulla Jacobson) que é morta atropelada por um religioso que via pecado nesse relacionamento. Como se vê, o amor é sempre visto por certas práticas religiosas como o “pecado” de quem ama e principalmente se fora dos padrões e códigos da época.

Do cinema italiano lembro de “No Limiar da Realidade”(Il Sogno nel Cassetto/1956) de Renato Castellani ficando a ele, também, a honra de ter realizado a melhor versão de “Romeu e Julieta”(Giulietta e Romeo/1953). O filme sobre jovens que ousavam enfrentar os problemas da constituição de uma familia sem meios para isso, contando apenas com o mor que os unia é bem um exemplar do periodo neorealista.
E pedindo licença ao espaço; “Quando Voam as Cegonhas”(Russia), “Desencanto”(Inglaterra), e o brasileiro “Inocência” de Walter Lima Jr. com roteiro de Lima Barreto inspirado no texto do Visconde de Taunay.

Aos que amam, penso que cada um/a tem seu filme de amor preferido. Alguns acreditam ser “Love Story”, outros, “...E o vento Levou” e ainda outros “O Casamento do meu melhor Amigo”. Fico com “Luzes da Cidade”(1931), de Chaplim, “Asas do Desejo” (1987) de Win Wenders e “Casablanca”(1941), de Michael Curtiz . Cada um mostrando um tipo de amor romântico que é o suporte para a narrativa, mesmo que no final, alguns não se padronizem na clássica frase” felizes para sempre”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário