O personagem
Batman surgiu no cinema em 1943 num seriado (15 episódios) dirigido por Lamert
Hillyer, com Lewis Wilson. Nos quadrinhos já era famoso. O desenhista Bob Kane
(1915-1998) criou-o em 1939, como histórias de um homem fantasiado de Morcego
para defender a lei, histórias vendidas para a National Comics (depois DC
Comics) a pedido do editor Vic Sullivan que estava mais interessado em um novo
Superman. Nesse período, esse personagem esteve em jornais, revistas, filmes
com atores e desenhos animados. Depois de dois seriados distribuídos pela
Columbia (já foram editados em DVD no Brasil) Batman ganhou uma série de TV que
popularizou o ator Adam West hoje com 83 anos, participando da telessérie “Uma
Família da Pesada”.
A
popularidade de Batman na televisão deu margem a um longa metragem em 1966,
dirigido por Leslie H. Martinson. E esteve em mais temporadas televisivas até
que em 1989 ganhou a primeira superprodução, dirigida por Tim Burton. O próprio
desenhista Bob Kane sugeriu o ator Jack Nicholson para o papel do Coringa, com
base no tipo criado por Conrad Veidt, na versão de o “O Homem que Ri”, de
Victor Hugo. O sucesso facilitou a produção de mais 3 filmes: “Batman
Returns”(1992),”Batman Forever”(1997) e “Batman e Robin”(1997). Daí passou-se
para a trilogia do diretor Chistopher Nolan: “Batman Begins”(2005), “Batman, O
Cavaleiro das Trevas”(2008) e agora “Batman, O Cavaleiro das Trevas
Ressurge”(2012).
Do primeiro
Homem Morcego ao Cavaleiro das Trevas atual, o design da indumentária mudou
muito. Antes a roupa era de malha colada ao corpo com uma capa muito leve e
curta, além da meia-máscara colante. Hoje é quase uma armadura. Neste novo
exemplar, a publicidade aludiu ao fato de ter sido criada uma forma de Batman
poder mover a cabeça mais facilmente (a mascara imediatamente anterior era
dura, forçando o tipo a olhar para frente).
Mas, a
principal característica do novo Bruce Wayne e seu cenário de ação inscrevem-se
no lado “dark”, ou seja, a penumbra que o cineasta Chris Nolan passou a
utilizar, na lembrança expressionista, como forma de justificar a imagem de
morcego adotada pelo personagem, um ser da noite, uma espécie de fantasma
benfazejo, ganhando uma feição plástica mais evidente quando se põe no alto de
uma torre e dali pode ver a terra que defende. Da mesma forma que a sua
silhueta, antes uma sombra, hoje um anuncio luminoso como um convite a pedir a
sua intervenção.
Todas as
mudanças formais deram aos novos filmes maior densidade, mais apuro artístico?
“Batman O
Cavaleiro das Trevas” chegou a ser cogitado para Oscar (8 categorias, ganhando
duas: de ator coadjuvante, Heath Ledger, e de som (Richard King). Ganhou,
ainda, prêmios no Japão, na Inglaterra e na Espanha, além de ter sido candidato
a 67 prêmios (e foram 94 vitórias, a maioria nos Estados Unidos). O termo
“dark” foi muito usado e o que Bob Kane tinha produzido ingenuamente passou a
figurar como um espectro de intenções ambíguas na forma como trabalhou entre
seres humanos (ele seria um semideus a lembrar figuras de mitologias
nacionais).
Este novo
filme abre um jogo. A meu ver ele é um reencontro do personagem dos quadrinhos
com a sua origem (com a palavra Gian Danton http://ivancarlo.blogspot.com.br/) . Não quero
dizer que tenha se vestido da pureza com que nasceu guiado pela idéia do
desenhista criador em moldar um novo Super-Homem, mas sem superpoderes (parte
desta pesquisa foi realizada em vários sites específicos, incluindo o maior
deles, imdb.us).
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