quarta-feira, 8 de agosto de 2012

BATMAN NA HQ E NO CINEMA



O personagem Batman surgiu no cinema em 1943 num seriado (15 episódios) dirigido por Lamert Hillyer, com Lewis Wilson. Nos quadrinhos já era famoso. O desenhista Bob Kane (1915-1998) criou-o em 1939, como histórias de um homem fantasiado de Morcego para defender a lei, histórias vendidas para a National Comics (depois DC Comics) a pedido do editor Vic Sullivan que estava mais interessado em um novo Superman. Nesse período, esse personagem esteve em jornais, revistas, filmes com atores e desenhos animados. Depois de dois seriados distribuídos pela Columbia (já foram editados em DVD no Brasil) Batman ganhou uma série de TV que popularizou o ator Adam West hoje com 83 anos, participando da telessérie “Uma Família da Pesada”.
A popularidade de Batman na televisão deu margem a um longa metragem em 1966, dirigido por Leslie H. Martinson. E esteve em mais temporadas televisivas até que em 1989 ganhou a primeira superprodução, dirigida por Tim Burton. O próprio desenhista Bob Kane sugeriu o ator Jack Nicholson para o papel do Coringa, com base no tipo criado por Conrad Veidt, na versão de o “O Homem que Ri”, de Victor Hugo. O sucesso facilitou a produção de mais 3 filmes: “Batman Returns”(1992),”Batman Forever”(1997) e “Batman e Robin”(1997). Daí passou-se para a trilogia do diretor Chistopher Nolan: “Batman Begins”(2005), “Batman, O Cavaleiro das Trevas”(2008) e agora “Batman, O Cavaleiro das Trevas Ressurge”(2012).

Do primeiro Homem Morcego ao Cavaleiro das Trevas atual, o design da indumentária mudou muito. Antes a roupa era de malha colada ao corpo com uma capa muito leve e curta, além da meia-máscara colante. Hoje é quase uma armadura. Neste novo exemplar, a publicidade aludiu ao fato de ter sido criada uma forma de Batman poder mover a cabeça mais facilmente (a mascara imediatamente anterior era dura, forçando o tipo a olhar para frente).
Mas, a principal característica do novo Bruce Wayne e seu cenário de ação inscrevem-se no lado “dark”, ou seja, a penumbra que o cineasta Chris Nolan passou a utilizar, na lembrança expressionista, como forma de justificar a imagem de morcego adotada pelo personagem, um ser da noite, uma espécie de fantasma benfazejo, ganhando uma feição plástica mais evidente quando se põe no alto de uma torre e dali pode ver a terra que defende. Da mesma forma que a sua silhueta, antes uma sombra, hoje um anuncio luminoso como um convite a pedir a sua intervenção.

Todas as mudanças formais deram aos novos filmes maior densidade, mais apuro artístico?
“Batman O Cavaleiro das Trevas” chegou a ser cogitado para Oscar (8 categorias, ganhando duas: de ator coadjuvante, Heath Ledger, e de som (Richard King). Ganhou, ainda, prêmios no Japão, na Inglaterra e na Espanha, além de ter sido candidato a 67 prêmios (e foram 94 vitórias, a maioria nos Estados Unidos). O termo “dark” foi muito usado e o que Bob Kane tinha produzido ingenuamente passou a figurar como um espectro de intenções ambíguas na forma como trabalhou entre seres humanos (ele seria um semideus a lembrar figuras de mitologias nacionais).

Este novo filme abre um jogo. A meu ver ele é um reencontro do personagem dos quadrinhos com a sua origem (com a palavra Gian Danton http://ivancarlo.blogspot.com.br/) . Não quero dizer que tenha se vestido da pureza com que nasceu guiado pela idéia do desenhista criador em moldar um novo Super-Homem, mas sem superpoderes (parte desta pesquisa foi realizada em vários sites específicos, incluindo o maior deles, imdb.us).

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