Peter Finch como Oscar Wilde, num desempenho muito bom
Um dos bons lançamentos em DVD é “Os Crimes de
Oscar Wilde”(The Trials of Oscar Wilde"/UK 1960) de Ken Hughes com Peter Finch
no papel do famoso poeta e teatrólogo. Também vale a pena procurar por “O
Pirata” (The Pirate/EUA, 1948) musical da Metro com Gene Kelly e Judy Garland.
E dentre os clássicos está a coletânea“As Bruxas”(Les Streghe/Itália, 1967),
com episódios dirigidos por “monstros sagrados”do cinema italiano: Luchino
Visconti, Mauro Bolognini, Franco Rosi, Pier Paolo Pasolini e Vittorio De Sica.
“O Crimes de Oscar Wilde” tem roteiro do diretor
Ken Hughes baseado na peça de John Furnell, por sua vez inspirada no livro de
Montgomery Hyde. O ator Peter Finch protagoniza o célebre escritor de “O
Retrato de Dorian Gray”, acusado de homossexualismo, um crime, na época da
Rainha Vitória. O filme considera, em especial, o relacionamento de Wilde com o
jovem Lord Alfred Douglas (John Fraser), filho do Marquês de Queensberry (Lionel
Jeffries). O caso é levado a júri pelo próprio Wilde como motivo de ofensa. Mas
o promotor Sir Edward Carson (James Mason) consegue colocar a questão em posição inversa e o
acusador passa a ser o réu. Uma boa reconstituição de época, uma narrativa
dinâmica que afasta a ideia da origem teatral e, especialmente, um elenco bem
entrosado nas personagens, fazem do filme um excelente programa. Um filme que
trata do que hoje conhecemos como diversidade sexual sendo, esta, desrepeitada.
“Os Crimes....” se achava meio esquecido mesmo considerando a filmografia do
diretor, o mesmo de “Servidão Humana”(1964) e“Cromwell”(1970).
“O Pirata” agrega os melhores nomes do
metromusical: Arthur Freed produtor, Albert Hackett e Frances Goodrich
roteiristas (os mesmos de “A Felicidade não se Compra”), Gene Kelly (como
coreografo e principal intérprete), Judy Garland, e a musica de Cole Porter
(marcante o número “Be a Clown” que seria incluído com Donald O’Connor em
“Cantando na Chuva”). A fraqueza do filme está no argumento, que trata de uma jovem
hispana apaixonada pelas aventuras de um famoso pirata e que a mãe quer que case
com o prefeito de sua cidade. Sabe-se, depois, que ele é o pirata, embora a
jovem vá conhecer e se apaixonar por um ator/saltimbanco.
Em “As Bruxas”, Dino di Laurentis homenageia a sua esposa
Silvana Mangano, com 5 histórias, cada uma dirigida por um nome famoso na indústria
do cinema. Luchino Visconti dirige “A Bruxa Queimada Viva” (La Strega Bruciata
Viva); Mauro Bolognini dirige“Senso Civico”, com Alberto Sordi. Franco Rosi foi
responsável por “La Siciliana”; Pier Paolo Pasolini trata de “A Terra Vista da
Lua”(La Terra Vista de la Luna), com Totó, e Vittorio de Sica dirige “Um Dia
como Outro” (Uma Sera comme le Altre), com Clint Eastwood. O episódio de
Visconti é o que mais desnorteia do tom de comédia que preside os outros. E é o
mais longo. Os de Bolognini e Rosi são curtíssimos, especialmente o de Rosi,
uma glosa à fama de violento que se dá ao siciliano. Mas o que me pareceu mais
substancial foi o de Vittorio De Sica, acompanhado de seu roteirista predileto
Cezare Zavatini. Mangano e Eastwood protagonizam marido e mulher com anos de
casados que enfrentam uma rotina sufocante em relação às expectativas da mulher.
Entre devaneios e realidade vê-se o casal em um tempo e espaço. O filme chegou
a ser exibido em um cinema de Belém, mas não marcou época.
“Em
Busca da Fé”(Higher Ground/EUA 2011) é o primeiro filme dirigido pela atriz
Vera Farmiga. Com roteiro de Carolyn Briggs e Tim Metcalf narra a historia de
uma jovem pertencente a uma congregação religiosa que passa a ter dúvidas de
sua fé. O original é o livro de memórias da roterista Carolyn, de título “The
Dark World”. Bons atores não conseguem fazer uma reflexão sobre o tema e o
resultado parece insuficiente. A própria diretora assume o papel principal.
Mesmo com suas notórias deficiências, o filme foi candidato a 5 prêmios de
entidades norte-americanas inclusive do Festival de Sundance, dedicado ao
cinema independente.
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