quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

OSCAR 2013: O QUE JÁ SE VIU


Cena de "Amor", de Haneke, com Emanuelle Riva e Jjean Loius Trintignan 

             
           Este ano, uma boa parte dos filmes candidatos ao Oscar já é conhecida do espectador local. É raro, pois a julgar, por exemplo, com a situação  do ano passado, muito pouco esteve nas telas grandes locais antes da grande premiação da Academia de Artes e Ciências de Hollywood. Pode-se argumentar que os novos candidatos são mais comerciais, ganhando das distribuidoras brasileiras um número de cópias capaz de atingir frações de mercado consideradas menores. Por outro lado, aumenta o número de edições digitais, ou seja, de filmes que são distribuídos sem usar película, ganhando espaço “on line” e com isso ostentando mais economia e fluidez.

  Até agora, dos candidatos a melhor filme, já foram exibidos no circuito belenense: “Argo”, “Amor”, “Django Livre”, “Os Miseráveis”, “As Aventuras de Pi”, “Lincoln”, “O Lado Bom da Vida” e “A Hora Mais Escura”. Faltou apenas “Indomável Sonhadora”, ainda não anunciado e, possivelmente, a ser lançado desde que receba algum prêmio (é um filme de produção independente e a distribuição nesses casos é restrita). De qualquer forma, de nove títulos concorrentes, o cinéfilo local já assistiu a oito. Um fenômeno que faz pensar em uma nova estratégia  de mercado.

No páreo de melhor filme estrangeiro só chegou às telonas locais o provável vencedor “Amor”, produção que concorre pela Áustria. Faltam: “Kon Tiki” da Noruega, “Rebelle” do Canadá, “No”, do Chile e “O Amante da Rainha”, da Dinamarca. Todos eles são filmes de acesso comercial. O problema é, como eu disse, a distribuição.

E as atrizes: já se sabe seu desempenho e o que renderam a ponto de premio a excelente e idosa Emanuelle Riva por “Amor’. Também se sabe de Jennifer Lawrence em “O Lado Bom da Vida”, de Naomi Watts em “O Impossível” e de Jessica Chastain em “A Hora Mais Escura”. Falta a pequena Quvenzhané Wallis por “Indomável Sonhadora”. É um trabalho excelente que a meu ver só deixa espaço para Emanuelle Riva. Uma pena que a menina negra de Louisiana chegue na época da francesa de “Hiroshima Meu Amor” brilhar como a moribunda do trabalho do alemão Michael Haneke.

Todos apostam em Daniel Day Lewis para o prêmio de melhor ator. Sua personificação de Lincoln no filme homônimo parece imbatível e o paraense pode confrontar esse favoritismo com Denzel Washington de “Vôo”, Bradley Cooper de “O Lado Bom da Vida”, e Hugh Jackman de “Os Miseráveis”. Só falta na comparação Joaquin Phoenix em “O Mestre”, filme que andou nas telas do sudeste mas que dificilmente atingirá as nossas.

O diretor favorito volta a ser Steven Spielberg por “Lincoln”. É o seu filme mais denso, menos afeito às normas do cinema comercial norte-americano. Mas já foi visto em Belém os trabalhos de Ang Lee (“Pi”), David O. Russel (“O Lado Bom da Vida”), e Michael Haneke (“Amor”). Fica faltando Bem Zelklin por “Indomável Sonhadora”.

Os roteiros adaptados também só deixam de lado para os cinéfilos locais o de “Indomável Sonhadora”, mas os elaborados diretamente para cinema são todos conhecidos: “”Amor”, “Django Livre”, ”Vôo”, “A Hora Mais Escura” e “Moonlight Kingdom” que esteve semana passada na sala Libero Luxardo.
A animação mais aplaudida é “Valente”, da PIXAR, campeã de muitos anos. Deve ganhar de “Frankenweenie”, “ParaNorman”, “Piratas Pirados” e “Detona Ralph”. Todos exibidos nos nossos cinemas.

Uma pena o Brasil estar de fora. O nosso candidato, “O Palhaço”, nem chegou às finalistas. E tínhamos filmes como “Xingu” e “Sangue Sujo”.
Com tanto conhecimento quem vai a cinema por nossas bandas deve estar atento à transmissão da entrega dos Oscar neste domingo de noite. Um programa criticável, mas sempre curioso.


Um comentário:

  1. Oi, Luzia!
    Que bom que "Amor" recebeu o prêmio justo, embora a grande atriz "Madame" Riva tenha ficado de fora. Mas Jennifer Lawrence é jovem e talentosa, além do que salvou aquele filme medonho. Justissimo o prêmio para Christoph Waltz, que está soberbo em "Djando Livre". Esperava a vitória de Lincoln, mas deu Argo. Ok, o americano é um bocado patriota, mesmo que tenha de (parecer) ser injusto. Bem diferente do brasileiro, que adora falar mal do nosso lindo Brasil.
    Abraços,
    R.Secco

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