quarta-feira, 2 de outubro de 2013

SEM DOR, SEM GANHO E COM FANTASMAS


Mark Walberg & Companhia em "Sem Dor, sem Ganho".

 O diretor Michael Bay, 48, tornou-se conhecido devida a blockbusters realizados como “Armageddon”(1998),”Pearl Harbor”(2001), e 3 exemplares de “Transformers” (2007, 2009, 2011). Ganhou prêmios e, pelo menos um “razzie”(framboeza), troféu dado anualmente ao pior da indústria cinematográfica. Este ano ele quis sair do status anterior (ou seja, “voltar às origens” teria dito) com “Sem Dor, Sem Ganho” (Pain & Gain, EUA, 2013) que trata de Daniel Lugo (Mark Wahlberg) atleta e fisioterapeuta que se julga extraordinário e, na falta de um emprego que satisfaça sua vaidade resolve entrar para o mundo do crime, planejando assalto a um milionário excêntrico. Inclui no projeto alguns colegas de academia como Paul (Dwayne Watson) e Adrian (Anthony Doorbal). As peripécias dessa turma é mostrada em tom de comédia, mas sem linearidade, mesmo com parte da narração oral feita pelo principal personagem. Isso não invalida um amontoado de clichês e um vazio na estruturação dos tipos, ganhando caricaturas como Tony Shalhoub na pele do milionário e invulnerável aos atentados do trio ambicioso e vilão.
Entende-se que Bay afirmou como “volta às origens” o seu primeiro longa metragem: “Bad Boys”(1995). O assunto realmente é afim, mas havia certa coerência na abordagem das aventuras da dupla Mike e Markus representada, respectivamente, pelos atores negros Will Smith e Mark Lawrence. Em “Pain & Gain” o esforço de Mark Whalberg e a estereotipagem de Dwayne (ex-Rock) Watson não sustentam o filme. Ao sair de uma linguagem linear, o roteiro de Michael Barrie, Jim Mulholand e Doug Richardson, de uma historia de George Gallo, deixa uma certa confusão que atrapalha ao invés de melhorar a qualidade dos atuantes e da ação. Fica um filme que se despe do apego comercial e não chega a dar subsidio para uma interpretação mais profunda do que se aborda. A rigor um total desperdício.
Outro lançamento descartável desta semana é “R.I.P.D. Agente do Além” (R.I.P.D., EUA, 2013). O roteiro de Phil Hay e Matt Manfredi de um argumento de David Dobkin (e desses roteiristas) trata da aventura de um policial, Nick Walker (Ryan Reynolds), que é morto por um colega (Kevin Bacon), mas enquanto espera julgamento na eternidade é colocado em ação na Agência Descanse em Paz que trabalha às escondidas na Terra,combatendo bandidos, uma organização que emprega mortos, a que dá o titulo em inglês (Rest in Peace Department) ao filme. O espírito é  assessorado por outro veterano na organização e que teria atuado no velho oeste, Roy Pulsipher (Jeff Bridges). Juntos eles terão que prender o assassino de Nick.
A história pode lembrar “Ghost, Do Outro lado da Vida”(Ghost, 1990), mas a narrativa prende-se muito mais a “Homens de Preto”(MIB, 1997) onde dois personagens lutam contra ETs malévolos. Em “R.I.P.D.”, os extraterrenos são investidos de criminosos comuns. O extraordinário é o esquadrão de fantasmas. E não se trata de zumbis, mas de espíritos que encarnam outros corpos para impor justiça no mundo dos vivos. Tanto que a namorada do policial assassinado (Mary-Louise Parker) não o reconhece de imediato. E no fim da aventura, quando o corrupto policial e assassino leva a pior (e certamente não vai ficar no mesmo plano do além com o colega morto) ele continua no mundo ao lado de seu mentor. Só que em outro corpo.
Não se trata de uma ideia ruim. Podia até ganhar méritos, mas a narrativa imposta pelo diretor Robert Schwentke, que já assinou bons trabalhos como “Plano de Vôo” (2004) e “Te Amarei Para Sempre”(2009, em DVD, com o título homônimo ao livro de onde é baseado, “A Mulher do Viajante do Tempo”) privilegia a ação. A estrutura é de blockbuster. Por isso, o produto vendeu e conseguiu alcançar espaços como os cinemas comerciais de Belém. E vende tanto que uma sequencia já está sendo realizada para a próxima temporada de 2014


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