sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A CURANDEIRA E CANTINFLAS: VIDEOS CIRCULANDO...





A atriz porto-riquenha Miriam Colon protagoniza a curandeira 
A novela que se tornou best-seller do escritor norteamericano Rodolfo Anaya, “Bless me, Ultima” (1972), baseou o filme  “Abençoe-me, Ultima-A Curandeira”(Bless me, Ultima, EUA, 2012) e em sua estreia norte-americana satisfez os leitores e os espectadores mais exigentes. E não é fácil, por certo, captar a sensibilidade do original que transparece no roteiro do filme.
Trata de uma benzedeira do interior do Novo México, no período da 2ª Guerra Mundial, que é abrigada na casa de um pequeno fazendeiro e ganha a amizade de um menino de 6 anos, Antonio, de quem fizera o parto, pois, também assumia essa profissão na comunidade. A mulher é muito hábil no conhecimento de plantas aplicando-as na medicina natural e em curas com remédios caseiros. Num desses casos trata do filho de um vizinho da fazenda que está em coma desde que circulou numa floresta conhecida por ser refugio de bruxas. O fato desperta polêmica porque das três mulheres consideradas bruxas, filhas de um outro fazendeiro, duas delas vem a falecer, sendo apontada como culpada a velha curandeira que quebrara o feitiço responsável pelo adoecimento do rapaz. Por isso, o pai das moças jura vingança contra a benzedeira, Ultima, e/aos membros da família que a abriga.
Narrado na terceira pessoa, o filme consegue retratar o ambiente interiorano, ressaltando comportamentos de pessoas simples, sem grandes estudos, presas a preceitos terapeuticos alternativos, e ainda focaliza bem o papel da igreja local, chegando a um menino que se diz esquecido de Deus porque morreram seus pais e um irmão, deixando-o só no mundo. E o tratamento do pároco da igreja a ele é um libelo autoritário e discriminador.
“Ultima” não é só um relato no estilo fantástico peculiar às produções de Waklt Disney: é um filme denso, sem arroubos melodramáticos, com sequências e diálogos que ficam na memória do espectador (a exemplo, uma conversa do pai com filho de 8 anos em que o primeiro exprime uma sentença de sábio sobre como se deve enfrentar a vida, diferentemente do que o padre do local estava impingindo ás crianças nas aulas de catecismo).
Um excelente filme que só nos alcança em DVD. O diretor é Carl Franklin, mais conhecido como ator negro de filmes e séries de TV. A atriz porto-riquenha Miriam Colon protagoniza a curandeira e brilha em uma interpretação difícil. E o menino Luke Ganalon, convence plenamente como Antonio. É ele quem conta a história. As filmagens em locação revelam a beleza da zona rural onde se passa a historia.
Filme inédito em nossos cinemas.
“Se Eu Fosse Deputado”(Si yo fuera deputado, Mexico, 1952) é o segundo filme interpretado pelo comediante mexicano Mario Moreno Cantinflas que circula em DVD no Brasil. Esse ator protagoniza um barbeiro do interior do Mexico que por ser amigo de um velho advogado e representar a paixão da filha deste, aprende, em meio a sua ingenuidade de baixa escolaridade, alguns preceitos jurídicos e consegue cativar a população pobre a ponto de ser lançado como candidato ao cargo de deputado em confronto com um mafioso local.
O diretor Miguel M. Delgado foi um dos que mais trabalhou com Cantinflas. Neste exemplar, as gags verbais, sempre o forte do comediante (cantinflas quer dizer “embromador”), não prejudicam a comédia. E deixam bons momentos hilários como quando o personagem investiga a infidelidade da esposa de um comerciante local.
Um dos pontos altos do filme é quando o barbeiro, que é fã de música, é guinado a reger uma orquestra na ocasião em que foge da policia. A sequência é longa, mas bastante engraçada.
Cantinflas era muito popular no Brasil e seus filmes alcançavam Belém. Na época, o cinema mexicano era dividido em filmes em que ele atuava, ou seja, onde havia o cunho hilário, os melodramas com base em boleros (um dos ritmos bastante popular nas camadas sociais) e nos dramas rurais dirigidos por Emilio Fernandez (“El Indio”), com a aplicação da fotografia captada por um mestre dessa arte: Gabriel Figueroa.



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