Lembram da série de TV “Além da Imaginação”(Twilight Zone) criada por Rod Serling nos anos 50? Pois até hoje muitos filmes tentam se enquadrar no esquema desse produtor e acabam mostrando que as suas histórias não são nada originais, ou são “aquém da imaginação”. Esta semana assistia dois DVDs que se enquadram nesse critério: “O Bom Coração” (The Good Heart/EUA,2009) e “Curto Circuito”(Static/Canadá, 2010).
O primeiro filme focaliza dois personagens que se encontram num hospital: Jacques (Brian Cox) é dono de um bar em Nova York e se mostra depressivo, alheio a tudo o que a vida pode lhe oferecer. Acidentado ele encontra ao lado de seu leito o jovem Lucas (Paul Dano) que tentara o suicídio. Decidido a ajudar Lucas ele o emprega no bar e através dele tenta levar uma vida melhor. Mas um acidente de percurso vai dar uma conotação explicita ao titulo do filme. Bons atores e narrativa bem orquestrada fazem com que se acompanhe a ação com interesse. O diretor-roteirista Dagur Kári consegue dimensionar os tipos sem cair em armadilhas de cinema pseudo introspectivo. O final,no entanto, é matéria para o seriado de Rod Serling que, se fosse o caso, mudaria alguma coisa.
“Curto Circuito” imagina dois estudantes que inventam um telefone celular a ser instalado na cabeça de forma que as pessoas telefonem com o pensamento. Une-se a eles uma colega que se pode apostar como futura namorada do mais cordato da dupla. Também não precisa apostar que o invento vai dar problemas e esses problemas vão levar à violência.
O enredo poderia gerar um filme curioso digno dos episódios da série “Além da Imaginação”. Mas como é conduzido e resolvido tudo se transforma em mais um “terror” ligado à ficção-cientifica dentre muitos que Hollywood vem produzindo. A direção é de Randy Daldlyn e o roteiro de Darryn Lucio.
A distribuidora Classicline lançou duas versões da história de Bernadette Soubirous, a jovem camponesa que viu uma “senhora vestida de branco” numa gruta em Lourdes (França) no final do século XIX. O culto a N. S. de Lourdes levou a um filme famoso em 1941 dirigido por Henry King: “A Canção de Bernadette”. Recebeu o Oscar do ano a atriz estreante Jennifer Jones. Os exemplares franceses, um de 1961 dirigido por Robert Daréne outro de 1988 por Jean Dellanoy mostram-se mais documentais, o segundo afirmando que seguiu de perto os fatos. São narrativas de cineastas profissionais, sem qualquer preocupação de ordem estética além de contar o proposto com bastante clareza. O problema, no caso de Dellanoy, paira em certos arficios fantasiosos que desmentem a intenção disposta em uma legenda no inicio do filme. Por exemplo: a então jovem atriz Sidney Penny (que interpretou episódios de “Além da Imaginação”na última temporada da série), apresenta-se extremamente maquilada para uma camponesa rude, filha de um casal pobre de passar fome. O que ressalta a abordagem é que não se vê a imagem da presumível santa. Bernadette nunca disse que a figura que via em Lourdes era Nossa Senhora, embora afirmasse que ao perguntar o nome da aparição esta respondeu-lhe ser a Imaculada Conceição, fato que impressionou o clero da época, posto que a aldeã não sabia o que isso queria dizer. O veterano diretor, falecido em 2008, preferiu usar a luz que iluminava o rosto de Bernadette em close quando esta falava com a Senhora.
Também assisti em DVD uma comédia romântica que não chegou aos cinemas:”A Matemática do Amor”(An Invisible Sign/EUA,2009) de Marilyn Agrelo.Em foco uma garota (Jessica Alba) que ama tanto o pai, um matemático, que se dedicou à esta ciência. A sequência dela com alunos de curso primário é interessante. Mas não é um filme que se realize como estudo de caracteres. Numa “ponta”, como mãe da personagem, Sonia Braga tem pouco a fazer.
DVDS MAIS LOCADOS (FOXVIDEO)
- Amor e Outras Drogas
- Alem da Vida
- O Turista
- O Vencedor
- A Morte e Vida de Charlie
- Megamente
- Um Lugar Qualquer
- Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família
- Incontrolável
- Doce Vingança
Nenhum comentário:
Postar um comentário