O mito sobre a Fonte da Juventude é a meta, desta vez, de Jack Sparrow (Johnny Depp) e seus “muy amigos”. Incorpora-se ao grupo Angelica (Penélope Cruz), a parte feminina e, provavelmente, romântica da história (não fosse Sparrow um tipo arredio a romances, mesmo a seduzir as garotas).
O objetivo não é novo em cinema, nem mesmo com alusão a Ponce De Leon, navegador espanhol que descobriu a Florida em 1513 quando buscava a tal fonte. Lembro de pelo menos dois exemplares ilustres de filmes sobre a juventude eterna: “Ela, a Feiticeira”(She/EUA, 1935) de Lansing Holden e Irving Pichel e “Tentação Selvagem”(Angel of the Amazon/EUA,1948) de John H. Auer. O primeiro foi lançado recentemente em DVD no Brasil e baseia-se numa historia de H. Hidder Haggard, autor de “As Minas do Rei Salomão”. O segundo é raro e nos diz respeito, pois a história segue a juventude eterna no interior paraense, achando-a em Obidos. Foi um filme da empresa Republic, produzido pelo marido da estrela Vera Ralston, o magnata Herbert J. Yates.
A Fonte da Juventude é apenas um gancho para a quarta aventura cinematográfica dos tipos criados por Ted Elliot e Terry Rossio, especialmente o pirata Jack Sparrow, composto de forma absoluta por Johnny Depp a ponto de sumir caso esse ator recuse interpretá-lo um dia. Os que acompanham a franquia podem esquecer episódios anteriores ou o final do ultimo capitulo. Os filmes estão sendo criados de forma a serem vendidos independentemente e a meta é prosseguir com eles enquanto faturarem (o que vale dizer que a série vai prosseguir posto que este “Piratas do Caribe 4” encabeça as bilheterias nos EUA esta semana).
“Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas”(Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides/EUA,2011) tem direção de Rob Marshall ( mais afeito a musicais como “Chicago” e “Nine”) e produção de Jerry Bruckheimer para a Disney. O diretor substitui Gore Verbinsky, responsável pelas primeiras aventuras, na época da produção dedicado ao desenho animado (excelente) “Rango”. Não se pode dizer que em termos técnicos o filme tenha perdido para os anteriores. A experiência de Marshall com a coreografia dá o tom em seqüências diversas, especialmente com lutas de espadas. O problema é o roteiro, ou, mais especificamente, o argumento. Nesse ponto a imaginação claudica. A busca pela juventude afeta a todos, do rei da Inglaterra aos corsários a seu serviço, como Barbossa (Geoffrey Rush), passando pelo eterno inimigo Barba Negra (Ian McShane). Mas as peripécias no caminho eclipsam o interesse capital. E quando todos alcançam o lugar onde estaria a relíquia (o barco) de Ponce de Leon e a cobiçada fonte, importa mais o confronto entre velhos adversários do que, propriamente, o que fazer ou o que acontecer quando se achar o líquido miraculoso e ganhar a juventude eterna.
O roteiro pensa na platéia romântica e enxerta um namoro entre um clérigo e uma sereia. Ele proclama a sua fé e com isso um modus-vivendi com seres fantásticos, “afinal criatura de Deus”. Acaba virando, ao que parece, um tritão. Neste hiato das peripécias de Jack Sparrow está um pouco de uma mitologia Greco - universal. Quem lembra de Ulisses na volta à Itaca enfrentando, entre outros seres fantásticos, o canto de sereia ? Aqui, no cenário americano (afinal a geografia da trama não é bem especificada), a lagrima de uma sereia é a formula basica da Fonte da Juventude. No esquema poético(que o filme abdica) é de um amor que surge a compensação de prosseguir vivendo. Syrena (Astrid Berges-Frisbey), a sereia mais evidente, exibindo uma maquilagem que denuncia um salãom de beleza nas profundezas dos mares, enamora-se de um mortal. E chora. E a lágrima sobra até para Sparrow, que a abdica em nome de um processo de paz que dá o gancho para nova aventura.
“Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas”(Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides/EUA,2011) tem direção de Rob Marshall ( mais afeito a musicais como “Chicago” e “Nine”) e produção de Jerry Bruckheimer para a Disney. O diretor substitui Gore Verbinsky, responsável pelas primeiras aventuras, na época da produção dedicado ao desenho animado (excelente) “Rango”. Não se pode dizer que em termos técnicos o filme tenha perdido para os anteriores. A experiência de Marshall com a coreografia dá o tom em seqüências diversas, especialmente com lutas de espadas. O problema é o roteiro, ou, mais especificamente, o argumento. Nesse ponto a imaginação claudica. A busca pela juventude afeta a todos, do rei da Inglaterra aos corsários a seu serviço, como Barbossa (Geoffrey Rush), passando pelo eterno inimigo Barba Negra (Ian McShane). Mas as peripécias no caminho eclipsam o interesse capital. E quando todos alcançam o lugar onde estaria a relíquia (o barco) de Ponce de Leon e a cobiçada fonte, importa mais o confronto entre velhos adversários do que, propriamente, o que fazer ou o que acontecer quando se achar o líquido miraculoso e ganhar a juventude eterna.
O roteiro pensa na platéia romântica e enxerta um namoro entre um clérigo e uma sereia. Ele proclama a sua fé e com isso um modus-vivendi com seres fantásticos, “afinal criatura de Deus”. Acaba virando, ao que parece, um tritão. Neste hiato das peripécias de Jack Sparrow está um pouco de uma mitologia Greco - universal. Quem lembra de Ulisses na volta à Itaca enfrentando, entre outros seres fantásticos, o canto de sereia ? Aqui, no cenário americano (afinal a geografia da trama não é bem especificada), a lagrima de uma sereia é a formula basica da Fonte da Juventude. No esquema poético(que o filme abdica) é de um amor que surge a compensação de prosseguir vivendo. Syrena (Astrid Berges-Frisbey), a sereia mais evidente, exibindo uma maquilagem que denuncia um salãom de beleza nas profundezas dos mares, enamora-se de um mortal. E chora. E a lágrima sobra até para Sparrow, que a abdica em nome de um processo de paz que dá o gancho para nova aventura.
Um filme longo, vazio, bem produzido e poucas vezes engraçado. Pode-se passar sem ele. E cada vez mais o gênero demonstra saudades dos velhos piratas dos mares hollywoodianos.
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