segunda-feira, 30 de maio de 2011

VISCONTI, LUMET E OUTROS AUTORES




O DVD continua sendo o porto onde os cinéfilos têm se abrigado. Esta semana assisti a um número considerável de filmes novos e clássicos que engrandeceriam qualquer atividade cineclubistica. A iniciar com um dos melhores trabalhos do recém-falecido diretor Sidney Lumet: “A Colina dos Homens Perdidos”(The Hill/Ingl, 1965). Sean Connery protagoniza Joe Roberts um dos muitos militares punidos no final da 2ª.Guerra por rebeldia, predestinado a escalar uma colina árida entre outras formas de disciplina torturante. Ele encabeça uma revolta dos presos, e, nesta medida, repousa a critica que o filme faz a qualquer tipo de ação autoriária e/ ou ditatorial. Exibido no Brasil emtre 1966/67 ganhou aplausos calcados nas ações que eram aplicadas no período da ditadura recém-implantada em nosso país.

Outro filme clássico: “Belissima” (Itália, 1951). Aqui se reúnem monstros sagrados do cinema italiano como Alessandro Blassetti (numa ponta como diretor de cinema que faz uma triagem de meninas para um papel importante em filme), Cesare Zavattini e Suso Cechi D’Amico (roteiristas capitais na fase neo-realista), Piero Tosi (vestuário), Francesco Rossi e Franco Zefirelli (assistentes), Franco Ferrara (maestro) e, na direção, Luchino Visconti. Isto sem falar na atriz Anna Magnani que interpreta a “mãe coruja” de uma menina que pretende ser escolhida (Tina Apicelli), e do comediante Walter Chiari, vivendo um tipo sério.

O filme é uma exceção na obra do mestre Visconti a partir do tema. O desvelo da mãe que chega a um tipo possessivo é a base do argumento. E o tratamento lembra o melhor de uma escola que apostava na naturalidade dos interpretes.
“Sentimento de Culpa”(Please Give/EUA, 2009) é inédito nas telas grandes. Trata de uma família composta de pai, mãe e uma filha, que sobrevive da venda de moveis usados. E quer expandir a área de seu apartamento (e loja). Mas isto só pode acontecer quando morrer a vizinha e as netas desta ganharem campo para viver. Entre egoísmo e bondade (a sra.Kate/Catherine Kaener não deixa de dar esmola a quem ela acha necessitado), a trama vai expondo quem é quem. Uma experiência pessoal da diretora-roteirista Nicole Holofcener. Muito bom.

“O Assassino em Mim”(The Killer Inside Me/EUA,2009) impressiona. Dirigido pelo inglês Michael Winterbittom focaliza um policial de uma pequena cidade norte-americana na década de 1950 que vai exteriorizando os seus instintos criminosos quando é encarregado de banir do lugar uma prostituta a pedido de um magnata local que vê seu único filho envolvido com a mulher e pretende que este se case com uma jovem da sociedade. O policial segue um plano de matar as pessoas com quem convive e vai desafiando colegas de corporação. Bom desempenho de Casey Affeck e também de Jessica Alba e Kate Hudson. Uma discussão sobre vários temas, inclusive sobre o mandonismo local e as parcerias suppostamente assepticas para manter o status quo.

“Whity”(Alemanha 1971) é um estranho western de Rainer Fassbinder. Na verdade o diretor alemão constrói uma ópera em que vê de um ângulo cruel o preconceito racial nos EUA de então. Um mordomo mulato é muitas vezes espancado pelos patrões, mas acaba sendo o assassino destes a mando dos familiares. Um filme extremamente cruel.

“Megamente”(Megamind/EUA, 2010) é uma animação muito engenhosa da DreamWorks. Desta vez o vilão é focalizado como principal personagem. E se discute quem é vilão numa história em que o herói não é digno de aplausos. Dirigido por Tom McGerath de um roteiro de Alan Schoolcraft e Brent Simons é filme do agrado das crianças e de seus acompanhantes em cinema. Foi exibido em Belém no final do ano passado. Quem perdeu na telona deve ver na telinha e com a opção (inédita antes) do som original.

DVDS MAIS LOCADOS (FOXVIDEO)
1. Além da Vida
2. O Vencedor
3. Megamente
4. O Turista
5. Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família
6. Incontrolável
7. De Pernas pro Ar
8. Secretariat
9. O Mágico
10. As Viagens de Gulliver (2010)

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