Inegável a pressão que o DVD exerce sobre o/a espectador/a. A multiplicidade de cópias de filmes, alguns já exibidos outros inéditos, prendem certo público em casa, neste tempo de férias, e sem opções de programas no circuito de filmes. Vejam quantos exemplares tenho assistido para contemplar esta página e dar “dicas” aos leitores.
O filme “Jogo de Poder” (Fair Game/EUA,2010) explora o inicio da investida bélica norte-americana ao Iraque, sugerida pela “certeza” de que o ditador daquele país, Saddam Hussein, possuia armas de destruição em massa. O tema gerou o documentário “Fahrenheit 11/9”(Fahremheit 9/11, EUA, 2004) de Michael Moore (vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes). Agora, baseado no livro de Valerie Perrine e Joseph Wilson - ela, uma agente da CIA (Naomi Watts), casada com ele, embaixador na Nigéria (Sean Penn), investiga a hipótese de que tubos de alumínio comprados por Hussein seriam para os reatores nucleares em construção. O trabalho diuturno leva a uma série de impactos na politica de defesa norte-americana devido aos achados da agente que identifica dados contrários aos que interessam os gestores no governo, sendo, por isso, desqualificada na função e afastada. Há, também, uma crise no casamento do par, e isto porque Wilson descobre também em seus contatos com a política externa e pesquisando por outras fontes, que tudo é engendrado pelo governo de George W. Bush.
A narrativa, a partir de um roteiro enxuto de Jez e Henri-George Buttherworth e da direção hábil de Dough Liman (do primeiro “Identidade Bourne”) dá o toque de crítica aos arranjos maquiavelianos do “senhor da guerra”, além de criar o suspense articulando a um filme de ficção política, embora se trate de fatos reais.
Um bom filme de produção recente que andou correndo pelos cinemas.
“A 25ª Hora”(Le Vingt-cinquième Heure/França,Itália, Ingl, 1967) tem base em um romance premiado do escritor romeno C. Virgil Gheorghin, com direção do francês Henri Verneiul (de “O Carneiro de Cinco Patas”, Fr., 1954). O veterano ator (já falecido) Anthony Quinn protagoniza um romeno que no inicio da 2ª Guerra Mundial é preso como judeu (ele é católico ortodoxo) e por pouco não é enviado ao campo de extermínio. Escapa da situação porque uma autoridade alemã o vê como um típico ariano, com a face dentro dos limites reconhecidos na raça. Tornando-se soldado nazista o tipo é preso pelos aliados e confinado num campo até um ano depois do armistício. Quando retorna para seus familiares, esposa e filhos, a realidade é assustadora. Com tudo isso, ele ainda é alvo de um fotografo que deseja de sua parte, a todo custo, um sorriso.
O filme é bem realizado e Anthony Quinn desempenha exemplarmente seu tipo e tem um de seus melhores momentos no cinema, lembrando a figura de Zampanô que ele viveu em “La Strada”(A Estrada da Vida, Italia, 1954) e “Zorba, o grego” ( greco-americano, 1964).
Um filme dinamarquês de Thomas Vinterberg, um dos diretores engajados no movimento “dogma “ criado por Lars Von Triers, chega em DVD no Brasil: “Quando um Homem Volta Para Casa” (En Mand Kommer Hjem/Dinamarca, 2007). Trata de um famoso cantor de opera que resolve voltar à sua terra natal e acaba tendo um breve romance com uma jovem modesta que pode ser sua nora. O filme foge ao melodrama sem deixar uma linguagem linear. Bons desempenhos.
“A Travessia de Paris”(La Travesée de Paris/França.1956) é uma comédia dramática do famoso diretor francês Claude Autant-Lara (de “Adultera”, França, 1947) sobre dois homens que percorrem, a noite, a Paris ocupada pelos alemães levando carne de porco para quem lhes pague. Jean Gabin e Bourvil (pouco conhecidos da nova geração, hoje) protagonizam a dupla com o talento que lhes deu fama. A revisão do filme mostrou que os anos pesaram e o resultado está muito abaixo do rendimento do diretor, um dos maiores nomes da “vielle vague”.
“Em Teu Nome”(Brasil, 2009) é mais uma abordagem sobre os “anos de chumbo”. Segue jovens riograndenses que viveram num “aparelho” perseguidso pela policia da ditadura militar. Realizado em Porto Alegre por Leonardo Machado não apresenta novidades no abordar o tema. E os atores não estão bem, porejando falsidade nos papéis intensamente dramáticos.
E o melhor filme que vi esta semana em DVD chama-se “O Filho” (Le Fils/França, 2002) dos irmãos Dardenne (Jean Pierre e Luc). Comento outro dia.
DVDS MAIS LOCADOS(FOXVIDEO)
- Eu Sou o Número Quatro
- Rio
- As Mães de Chico Xavier
- Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
- O Besouro Verde
- Jogo de Poder
- O Concerto
- Passe Livre
- O Retrato de Dorian Gray
- Esposa de Mentirinha
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