terça-feira, 26 de julho de 2011

OS ÚLTIMOS DIAS DE TOLSTOI



O DVD me levou a assistir a “A Última Estação”(The Last Station/UK,2009), filme que reporta os últimos dias de Leon Tolstoi, o autor de “Guerra e Paz” e “Ana Karenina”, consagrado como um dos maiores nomes da literatura russa (e mundial). O filme dirigido por Michael Hoffman de um livro de Jay Parini conta como Tolstoi (Christopher Plummer) e sua esposa, Sofia (Helen Mirren), conviveram em seus últimos meses juntos, casados há 48 anos, discordando com veemência de certas atitudes (especialmente dele), mas conservando o amor que gerou 13 filhos. Nesse período de ocaso, surge Cherkov (Paul Giamatti), que adota as idéias do mestre no que se refere à postura religiosa, sendo contra a propriedade privada e achando que o escritor deveria legar em vida os direitos de sua obra para o povo russo. O discípulo não é nada querido de Sofia que mora numa “tacha”(chácara russa) com o marido e duas filhas. Preocupado com a influência dela nas decisões do mestre, Cherkov pede que seu aluno Valentin (James McAvoy) assessore o escritor. Adepto da teoria tolstoiana que inclusive apóia a castidade, o rapaz logo se enamora de Masha (Kerry Condon) a filha do dono da casa que resolvera morar com os pais depois de se separar do parceiro, um homem casado. As constantes brigas de Leon e Sofia fazem com que ele aceite sair de casa. Mas isso só precipita acontecimentos trágicos. Ele adoece, ela tenta o suicídio, e o discípulo veda a chance dela visitá-lo quando enfermo.

O filme tem uma prodigiosa direção de arte, recriando a Rússia imperial, e uma narrativa acadêmica bem amparada nos excelentes desempenhos e no cuidado com que o diretor utiliza os elementos de linguagem, do enquadramento em tela ampla à edição que sabe sintetizar o tempo do drama.

“A Última Estação”é desses filmes que seriam vistos com agrado por todas as platéias. Mas a distribuição não vê dessa forma. Não sei se o lançamento no sudeste aconteceu normalmente. Aqui nem se anunciou em nossas salas. Ruim para o público que suspira aliviado quando se exibe um “Uma Noite em Paris”, espasmo cultural em meio aos arranhões à sensibilidade que representam coisas como “Transformers 3”.

Não assisti a quando do lançamento nos cinemas “Esposa de Mentirinha”(Just Go With It/EUA,2011) comédia de Dennis Dugan própria para o desempenho de Adam Sandler (que é o produtor). Ganhei com isso. Vendo agora, em DVD, penso no que me foi poupado (tempo, viagem, paciência). No roteiro, um cirurgião plástico usa sua assistente para passar como sua ex-esposa ao abordar outras mulheres. A teoria é de que elas gostam de quem foi amado (ou ainda é). Mas na verdade a “pegadinha” revela o obvio para quem está vendo a coisa: o médico e a assistente se amam. Para os dois se cientificarem disso perdem-se muitos metros de filme e no intuito de “puxar” o riso, o elenco ainda abriga duas crianças que passam longr do desempenho de ídolos infantis do passado, especialmente Bailee Madison que já recebeu prêmios inclusive pelo episódio que fez para a série “House” na TV. Exagerada, a comédia (?) deve ter agradado a Sandler, um ator que prima pela absoluta falta de expressão.

“Tambores Distantes”(Distant Drums/EUA, 1951) é um dos últimos westerns estrelados por Gary Cooper. Bem verdade não se pode chamar de western, visto que a ação se passa na Florida na época em que por lá existiam os índios Seminole. Cooper é um ex-soldado que vive solitário perto de uma praia com o filho menor. Viúvo, ele ajuda os militares colonizadores que desejam expulsar os índios. Na época do filme ainda era “politicamente correto” as aventuras em que índios eram vilões. Muita ação e muito absurdo no roteiro como mandava o figurino desses espetáculos de vesperais. Quem dirigiu foi o veteraníssimo Raoul Walsh, ator do cinema mudo que na qualidade de diretor abraçou diversos gêneros tendo brilhado em “filme de gangster” como “Fúria Sanguinária”(White Heat/EUA,1949) com James Cagney.

Na TV de assinatura tenho assistido a bons filmes. Recomendo especialmente “Eu e Orson n Welles”, ficção com base numa versão teatral de “Julio Cesar”realizada pelo Mercury Theatre, de Welles, em 1937, e “O Vento”, drama mexicano que recebeu vários prêmios, inclusive, no Festival de Gramado(RS).

DVDS MAIS LOCADOS (FOXVIDEO)

  1. Esposa de Mentirinha
  2. O Discurso do Rei
  3. Cisne Negro
  4. O Besouro Verde
  5. Bravura Indômita
  6. Assassino a Preço Fixo
  7. Desconhecido
  8. 127 Horas
  9. Justin Bieber: Never Say Never
  10. Bruna Surfistinha

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