segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

CINEMA DOMÉSTICO EM ANO NOVO

 

O que se espera para ver em casa no novo ano? Circula, nas locadoras, o último filme de Charles Chaplin, “A Condesa de Hong Kong”(1967), e, também, uma série de comédias românticas dos anos 1930 ou 1940, muitas que deveriam permanecer esquecidas. E como de hábito, as distribuidoras de DVDs apostam no que esteve nas telas grandes em 2012. Já existe, nas prateleiras das locadoras, a maior parte dos filmes votados e eleitos pela critica de cinema local como os melhores exibidos no periodo recém-encerrado. Ausente, ainda, “A Aventura de Pi” (2012), em cartaz nos cinemas comerciais. Além dos filmes das listas individuais que ainda faltam outros titulos. Mas da mostra que a ACCPA vai exibir a partir da proxima semana, todos já foram lançados em DVD ou Bluray. É claro que a visão em tela grande é o melhor, mas o conforto atrai quem prefere não sair de casa em periodo chuvoso.

Mas é de praxe lembrar o que se desejaria rever no conforto de uma sala ou um quarto. Em Bluray há um grupo de filmes que foram editados em DVD no Brasil em formato escuso, como os finalizados em cinemascope ou panavision que exigem o quadro 16.6 ou letterbox ou, ainda, widescreen em fullscreen (tela cheia) cortando os lados e, com isso, impondo uma dimensão impensada pelos autores. O mal semelhante é a dublagem de som original. Lembro, especialmente, “Gigi”(1958), do veterano diretor Vincent Minnelli, vencedor de 9 Oscars, mas reproduzido em imagens que necessitam de falsos movimentos de câmera para serem assisitidos na tela das TVs que hoje, em número expressivo, já pedem um enquadramento retangular.

E afinal, o que o cinéfilo espera em DVD neste ano de 2013? Alguns leitores da velha guarda estão ansiosos pela reprodução de alguns titulos como “O Último Encontro” (Till We Meet Again-1942), de Edmond Goulding, com os veteranos atores Merle Oberon e George Brent. Pedro Veriano lembra outros títulos como “One Way Passage” versão de um filme de 1932, com William Powell e Kay Francis; “Jamais te Esquecerei”(The House in the Square-1951), de Roy Baker com Tyrone Power e Ann Blyth, roteiro de uma peça de John L. Balderston em muito semelhante ao roteiro de Richard Matheson para “Em Algum Lugar no Passado”(Somewhere in Time-1980). Há dois titulos que endosso por motivos pessoais: “O Semeador de Felicidade”(Sincerily Yours-1957), de Gordon Douglas, com o pianista Liberace; e “A Velha Dama Indigna”(La Vielle Damme Indigine-1962) de Rene Allio, protagonizado por Sylvie. Este último minha neta Lúcia Helena Costa chegou a baixar na internet, mas a cópia estava com legendas em espanhol com superposição em português, gerando confusão.
Embora esse saudosismo refaça títulos que de alguma forma referencie um tipo de narrativa “repisada” pela chamada “indústria do cinema norteamericano”, responsável pela “mexida” nas mentes dos veteranos cinéfilos, sou da geração dos novos, ou seja, daqueles cinéfilos que esperam os filmes que sequer chegam pelo nosso mercado devido à carência de comercialização, pois, os distribuidores consideram o nosso circuito regional muito fraco. Daí, de vez em quando, um ou outro aparece no formato DVD ou bluray. No RJ e São Paulo chegam festivais de filmes europeus sem acesso aos nossos cinemas. Só ficamos com “àgua na boca”. Assim, porque não chegam por aqui, por exemplo, os que foram exibidos no Festival Variloux (lançados num dos Moviecon, em 2012)? E outros do festival “indie” e demais alternativos desconhecidos de nossos cinéfilos jovens? Precisamos falar sobre esses filmes ao menos que nos cheguem em DVD.

Outros filmes que o/a leitor/a quer assistir em DVD podem ser solicitados através deste espaço. Mandem email com os títulos, pode ser que a indicação sensibilize os importadores. Sabe-se que há muitos desses “alternativos” já para download na internet. Quem sabe não seria possivel por esse meio chegarem até nós para enfrentarmos os bluckbuster norteamericanos? Só assim estancariamos a “febre” da sedução pela linguagem recorrente que estes exploram.

Que em 2013 nos cheguem, reproduzidos em DVD, esses filmes mais ousados em narrativa. Amém.

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