segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

VER E EVITAR NO CINEMA CASEIRO




"Xingú" é filme para ver e rever a odisseia dos irmãos Claudio, Orlando e Leonardo Villas-Boas protagonizados por  Felipe Camargo, Caio Blat e João Miguel.

Neste título refiro aos tantos vídeos que assisto, alguns com prazer pelas descobertas, outros pela obrigação da profissão e outros ainda para entender os achados do mercado em circular as cópias. Aprendi que as exclusões deixam as pessoas com certa dúvida sobre alguns programas. Então, por que não assistir o que “bate” na porta? Assim, o título do texto, por mais que possa ser visto como “autoritário” é uma espécie de alerta. Se quiserem  não levem em conta e sigam assistindo a suas próprias escolhas.
Ver certamente um dos bons filmes nacionais do ano passado: “Xingu” de Cao Hamburger. O filme trata da odisseia dos irmãos Claudio, Orlando e Leonardo Villas Boas no contato com índios do Brasil Central (e parte do norte) desde o final dos anos 1950. Filmado em locação exibe um cuidado de produção excelente e desempenhos exemplares de João Miguel (Claudio), Felipe Camargo (Orlando), e Caio Blat (Leonardo). É imperdoável o fato de o filme não ter feito sucesso nos cinemas brasileiros, mas é provável que a transmissão em episódios pela Rede Globo tenha despertado o interesse dos que alugam ou compram DVD. A cópia traz legendas em 3 idiomas.
Evitar “Querido Companheiro”(Darling Companion~EUA, 2012) apesar de ter como diretor Lawrence Kasdan (de “Corpos Ardentes”, “Silverado” e também roteirista) e ter no elenco nomes como Diane Keaton, Kevin Kline e Diane Weist. O roteiro do próprio diretor trata de um casal em fase de estremecimento quando o marido deixa fugir o cachorro que a esposa achou e ama. Ela ameaça só voltar para casa quando o parceiro encontrar o animal e por isso faz com que se organize uma cruzada atrás do cão.
O filme é tão bobo que os próprios fãs do gênero não devem gostar.

Mas para ver, indicam-se muitos clássicos que estão sendo lançados em Bluray. “O Grande Ditador”(1940) de Chaplin, “Ligações Perigosas” (1988) de Stephen Frears, “O Egipcio”(1944) de Michael Curtiz, “A Queda do Império Romano”(1964) e “El Cid” (1961) de Anthony Mann trazem bônus embora bem poucos. Mas a resolução de imagens é excelente, em especial no bom teatro filmado que é “Ligações Perigosas”, onde a direção de arte se esmera em apresentar uma Paris do imediato pré-revoluçao. A revisão deste filme evidencia a pergunta que ficou sempre presa na garganta: qual o motivo de Glenn Close, num desempenho magistral, ter perdido o Oscar para Jodie Foster em “Acusados” (1988). É incompreensível e basta o close final de Glenn tirando a maquilagem e chorando para derrubar concorrentes. Mas não se pode negar que Jonathan Kaplan deu um toque de mestre num assunto que aquela altura ainda não se constituia numa grande revolução social, o estupro de uma jovem, e Jodie Foster também salientou boa performance.
A temporada de DVD está apenas começando. Possivelmente alguns mostram-se com indicações para premiações como “Globo de Ouro” e o Oscar. E penso naqueles que podem sair vencedores entre estes últimos sabendo as celebrações do primeiro que são sempre antes e que nem sempre seguem até à Academia de Hollywood.
Da relação dos concorrentes nestes festivais já assisti “Argo”, de Bem Affllek, “Amor”, de Michale Haneke (DVD), “O Impossível”, ”As Aventuras de Pi”, de Ang Lee. Muito pouco. Neste final de semana o cinema comercial deve lançar um dos favoritos das indicações, “Lincoln” (12 indicações), de Steven Spielberg. Já posso apostar em certas categorias e acho que ninguém pode superar o desempenho da veterana Emanuelle Riva, a estrela de “Hiroshima meu amor” (1959), no excelente ”Amor”(Amour) do alemão Michael Haneke. Seu desempenho como uma mulher que sofre uma isquemia cerebral e vai se desintegrando fisicamente aos poucos ao lado do marido que a ama muito, interpretado por Jean-Louis Trintignan, é uma das mais expressivas representações de qualquer época.
Outra importante indicação desse próximo Oscar, na categoria de atriz, é Naomi Watts, pelo desempenho em “ O Impossível”(2012). Pedro Veriano que votou nela como melhor atriz na aferição da ACCPA dos melhores do ano está satisfeito. Mas reconhece que nada se compara ao trabalho de Emanuelle Riva.



Um comentário:

  1. Ola Luzia, uma pena que quando a globo passou o filme Xingu em formato de serie, já tinha enviado minha relação de melhores a voce.
    tmabém gostei de ver o"reconhecimento" da Emanuele Riva pela academia

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