quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

RETROSPECTIVA FILMES 2009- III








O amigo e colega da ACCPA José Augusto Pacheco enviou-nos a relação dos filmes exibidos durante o ano nas salas alternativas cine Estação e Libero Luxardo. Da lista não vi “Lírios D’Agua” de Celine Sciamma, “Jacquot e Nantes” de Agnes Varda, “Café dos Maestros” de Miguel Koham, e dois nacionais: “Juizo” de Maria Augusta Ramos e “Meu nome é Dindi” de Bruno Safadi. Estes devem ser incluídos na relação já publicada.
Prosseguindo na retrospectiva, faço uma síntese dos filmes que me parecem importantes dentre os citados anteriormente.

“A Troca” de Clint Eastwood, um argumento baseado em fato real, acompanhando o drama da mãe que não encontrou o filho em casa ao chegar do trabalho e a partir daí, a sua luta para recuperá-lo, com a atuação da policia que acaba apresentando outra criança. A fotografia e a cenografia trabalhando a época (anos 1920/30), até na apresentação do filme, com a marca antiga da Universal Pictures, ajudam na metódica narrativa que apresenta excelentes desempenhos, valendo como o melhor trabalho até hoje de Angelina Jolie.

“O Curioso Caso de Benjamin Button” só agora realizado devido a alta tecnologia atual procurando criar a imagem do menino que nasce velho e gradativamente vai ficando jovem. Esta máscara foi reproduzida do ator Brad Pitt, jogando-a sobre os corpos específicos das idades relatadas. Esta qualidade é mais evidente do que a narração linear empregada por David Fincher, aqui acomodando a trama na época, ou seja, realizando um cinema antigo como o herói da história.

“Queime Depois de Ler”, interessante por ser uma prova da versatilidade dos cineastas irmãos Ethan e Joel Coen após o dramático “Onde os Fracos Não Têm Vez”. Em tom de comédia, a intriga de espionagem desenvolve uma critica de tudo o que se tratou até hoje no gênero. E em se tratando de versatilidade, Brad Pitt mostra o seu lado de comediante interpretando um hilário funcionário de uma academia de ginástica.
“O Carregador de Almas” foi uma experiência transcultural, ou seja, um filme chinês realizado por um inglês (Jonathan Holand). Acompanha-se a viagem de um homem com o corpo de um colega morto na construção em que trabalhava. A meta é levar o cadáver aos pais do falecido, até um lugarejo perdido entre montanhas. No final, o plano da figura do “carregador”, na chuva, ao lado do morto, raciocinando a sua missão, é a síntese da trama.

“O Lutador” está no grupo (extenso) dos bons filmes sobre o boxe (e lutas livres). O tipo interpretado por Mickey Rourke lembra Anthony Quinn em “Réquiem por um Lutador”, um inocente útil para empresários e, afinal, um ser humano em busca de afeto - o que não lhe dá a filha e a namorada que também luta para sobreviver trabalhando em um bar.

“O Segredo de Lorna” trouxe de volta os irmãos Dardenne (Jean Pierre e Luc), autores de “Criança”. O filme trata de imigração ilegal na Bélgica e de um casamento de conveniência para isso, além da atuação de um mafioso russo. O filme revelou a atriz Arta Dobroshi.

“O Segredo do Grão” também tratou de imigrantes, focalizando a ação na zona portuária francesa, O melhor do diretor tunisiano Abdael Kechiche, de quem se viu no ano anterior “A Culpa de Voltaire” e “A Esquiva”.

“Caos Calmo” apesar de ter Nanni Moretti, o ator-diretor de “O Quarto do Filho” apenas como roteirista e ator, revela um estilo semelhante ao dele. A direção foi de seu amigo Antonio Grimaldi e o foco capta uma criança que perde a mãe num acidente e o pai a acompanha de forma exaustiva no colégio. (continua)

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