quinta-feira, 1 de julho de 2010

TERCEIRA DIMENSÃO EM BELÉM






Ver cinema em 3a. dimensões não é uma novidade. Em 1953, o filme “Museu de Cera” (House of Wax) de Andre De Toth, exibia o processo encantando as platéias que na época guinavam para a televisão. Antes, algumas experiências foram feitas com filmes curtos. A técnica consistia em exibir simultaneamente duas cópias de filmes em 35mm, cada uma em projetor, obrigando a platéia a usar óculos bicolores para sentir o efeito tridimensional. A explicação desse efeito ótico é a seguinte: os nossos dois olhos vêem imagens com pequena diferença de um para outro. A superposição das imagens, com o recurso de óculos para ajudar a iludir o cérebro, provoca a percepção tridimensional. Nos anos 1950, a luta do espetáculo cinematográfico contra as novas formas de entretenimento daria ensejo a buscas técnicas para tornar a ida ao cinema um programa diferente. Foi a época em que surgiram o cinemascope, o vista-vision, e em casos especiais o cinerama (uma tela gigante e curva que abrigava imagens projetadas por 3 aparelhos).

O processo 3D chegou à Belém e fez algum sucesso. Foram exibidos além de “Museu de Cera” dois filmes de westerns e um “terror” em preto e branco. Filmes que foram exibidos no Cine Olímpia e no hoje desaparecido Cine Independência.
Mas a “novidade” acabou cansando. E literalmente: pessoas se queixaram de dor de cabeça e alguns médicos alertaram para doenças oculares como a blefarite por conta dos óculos que passavam por vários espectadores sem a devida esterilização.

Nos dias atuais a 3D voltou e os produtores pensam que desta forma vencem a pirataria do vídeo e a facilidade com que são “baixados”(download) os filme da Internet (dados transferidos do computador remoto para o local).
O processo da Terceira Dimensão chega vestido de mais detalhes e apostando num aprimoramento técnico. Os óculos não são mais os descartáveis de papelão com cores vermelho e verde (ou azul) e passam por um esterilizador depois de usados. Cada óculo novo custa cerca de US$ 80,00 sendo alugado ao espectador na compra do ingresso (que entre nós deve valer R$ 22,00). Também não é usada mais a projeção simultânea e sim digital com o filme já gravado de forma a acoplar as imagens que se pudessem ser vistas “a olho nu” seriam tidas “embaralhadas”.

Apostando firme nessa opção, os produtores, especialmente os norte-americanos, pensam que é uma forma de salvaguardar a indústria que hoje pede orçamentos gigantescos para um filme de ação (o que se pensa fatura mais) ou um desenho animado. Mesmo que a 3D alcance a tela pequena e já esteja em algumas casas com a mesma tecnologia para ver TV com relevo.

Possivelmente hoje Belém ganhará a sua primeira sala para projeção tridimensional. Será a Sala 2 do circuito Moviecom, no shopping Pátio. O filme já está em cartaz em 2D e atraindo muita gente ao cinema: “Toy Story 3”. É o tipo da realização que prescinde de artefatos técnicos. É um bom trabalho de qualquer forma. Mas já se programa outra animação dentro do processo: “Shrek Para Sempre”. Com isso, deve surgir a média de 2 filmes 3D por mês, o que pode restringir a sala ao processo (embora ela possa continuar exibindo película normal).

Para quem gosta de cinema acima de um simples programa de feira de amostra, um bom filme pode ser em tela plana e em preto e branco. Grandes clássicos foram produzidos quando ainda não havia o recurso do som analógico. Isto quer dizer que a arte cinematográfica, como processo de criação, pede mais idéias, mais talento, e menos apresentações feéricas.

E em tempo: em agosto surgirão as 7 salas da empresa mexicana no shopping Boulevard. Pelo menos duas delas serão equipadas para exibições de filmes em 3D. Moda é isso. E também processo de concorrência.

MR. KUBRICK DA ACCPA

No dia 30, dia de São Marçal, aniversariou Marco Antonio Moreira, o nosso querido presidente da ACCP e uma das pessoas mais dinâmicas que eu conheço (salvo o PV em sua época) em termos de disseminação do cinema de um modo geral. Neste registro expresso meu grande afeto pelo Marco e desejo que suas próximas metas (já traçadas, diga-se) para o avanço da associação que dirige sejam realizadas.

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