Muitas alusões à religião judaica acompanham a vida dos personagens no seu constante estudo da fé, situando a ação na polêmica entre o amor, o desejo, as relações de gênero na submissão feminina, no caso homossexual, com a desobediência a Deus, segundo o credo que professam.
A narrativa é lenta e aproveita detalhes para consubstanciar o drama. Excelente condução de elenco. Excelente realização.
Outro filme premiado que não chegou às telas grandes locais é o australiano “Em Busca da Redenção”(Last Ride/2009), primeiro longa-metragem de Glendyn Ivin diretor de curtos premiados. Em foco um pai, Kev (Hugo Weaving), que corta estrada com o filho menor Chook (Tom Russel) depois de atritos familiares que lhe deixou sem mulher e amigos próximos.Eles fazem uma escala na casa de uma ex-namorada de Kev, mas gradativamente a viagem vai ganhando contornos criminais, com roubo de carro, estacionamento em parque ecológico, e muita exibição de violência do homem desempregado e cada mais angustiado.
O relacionamento pai-e-filho é mostrado de forma excelente graças aos bons desempenhos do veterano Weaving e do garoto Russel, um dos melhores trabalhos infantis dos últimos anos.
O filme não “fecha” como, aliás, acontece com “Pecado da Carne”. Essas obras de diretores-autores apostam na inteligência e na sensibilidade do espectador. São grandes filmes para serem descobertos pelos cinéfilos que buscam as locadoras.
E na série de filmes de gangster franceses chega “O Circulo Vermelho” (Le Cercle Rouge/1970) de Jean Pierre Melville, com Alain Delon, Yves Montand e Gian Maria Volonté e André Bourvil. Desta vez, Delon, como ladrão, não escapa incólume da ação policial. No inicio do filme ele está na cadeia, preste a sair, e um carcereiro oferece-lhe um “trabalho” alertando que de outra forma não vai arranjar meio de subsistência. Paralelamente vê-se um prisioneiro (Volonté) conduzido algemado por um policial (Bourvil) num trem. Ele consegue se desvencilhar das algemas e fugir. A ação a partir de então se processa como se cada um deles desconhecesse o trajeto que tomam numa empreitada que será o centro de união entre eles, aliados a um ex-delegado (Montand) no roubo a uma joalheria muito bem guardada. A estratégia para o alcance da realização da ação lembra o clássico “Rififi” de Jules Dassin, por sua vez já copiado pelo mesmo diretor, “Tokaki”. São mais de 15 minutos sem ruídos, com os ladrões executando uma operação digna de ficção-cientifica. Um deslise leva-os às garras do inspetor que deixara fugir o preso algum tempo antes.
Melville era um cineasta meticuloso embora professasse a linguagem acadêmica avessa aos moldes da contemporânea “nouvelle vague”. Este é um de seus últimos trabalhos. Vale a pena conhecer.
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