Quem tem no sangue a veia de cinéfilo, pode
ter outras marcas, mas aquela tem chances viscerais de levar o/a espectador/a
de carteirinha a se tornar um aficcionado de qualquer premiação nesse teor. As
críticas a esse tipo de pessoa (que eu sou) são sempre existentes, mas já tenho
idade e tempo de atividade na área de para absorvê-las.
Neste preâmbulo, confesso que estive na
“primeira fila” do 69º Globo de Ouro realizado em Los Angeles (EUA) na noite do
último domingo (15/01). Lista de concorrentes e caneta a postos, além do
celular para interagir no twitter, fiquei até o final do evento presenciando as
escolhas feitas pela associação da imprensa
estrangeira de Hollywood desde 1944. Esta é formada por 88 jornalistas que não
são necessariamente críticos, que com suas regras de votação e campanhas
promocionais formam suas listas de ganhadores de mais essa estatueta. Diz-se
que esses profissionais são bem menos restritivos que os do Oscar. Duas
brasileiras participam da comissão: Paoula Abou-Jaoude e Ana Maria Baiana, além
de outros de países da América do Sul como Argentina (dois membros) e
Chile/Peru (um representante).
Sem elaborar uma lista nos moldes
jornalisticos – haja vista que desde ontem esse formato já está na midia –
creio que uma “passada” mais pessoal confere minha visão sobre o evento &
suas indicações, porque aqui prefiro me postar como uma espectadora qualquer.
Veja-se, por exemplo, o tom da festa: muito
simples, sem a ambientação do que se vê no Oscar, onde números musicais e
performances são sempre um condutor de chamarizes para estimular o interesse da
platéia. Esta, numa panorâmica da câmera e em flashes pontuais revela “casa
cheia” entre renomados, iniciantes e alguns desconhecidos atores (em locais
aonde os filmes e as séries de tv não chegam). Mas há também os que eu chamei
no twiter de “papagaios de pirata”: aqueles que se postam diante das câmeras da
imprensa e esperam ao menos ser vistos em seus belos (ou feios) modelos de
vestidos e/ou uma “carinha nova” marcando presença. Os que são chamados para
uma entrevista sem dúvida são aqueles que já são sucesso de público. A exemplo,
George Clooney, que foi palmeado pela turma do sereno do “tapete vermelho”. Charme,
mesmo, foi o que propiciou Hellen Mirren, não só na entrada do auditório, mas
quando se pronunciou, juntamente com Sidney Poitier, na homenagem da noite a
Morgan Freeman, agraciado com o prêmio Cecil B. de Mille pela sua obra no
cinema. O momento da entrada ao palco do veterano Poitier foi admirável: toda a
platéia de pé, saudando-o. Belissimo tom de respeito a um ator que deve ter
enfrentado discriminações no momento em que iniciou carreira na terra do
cinema, Hollyood, que ainda era “politicamente incorreta” em relação aos negros
& papéis nos filmes.
Outro momento que surprendeu foi quando
Martin Scorcese foi chamado para receber o prêmio de melhor diretor por “A
Invenção de Hugo Cabret” (2011). Respeito e admiração, também, na homenagem que
recebeu.
Woody Allen
foi o ganhador da estatueta de melhor roteiro para "Meia-Noite em
Paris", competindo com "The Artist", de Michel Hazanavicius,
"Os Descendentes", de Nat Faxon, Alexander Payne e Jim Rash,
"Tudo pelo Poder", de George Clooney, e "O Homem Que Mudou o
Jogo", de Stan Chervin, Aaron Sorkin e Steven Zaillian. Mas o cineasta não
foi receber o prêmio nem mandou representante. Coisas do Woody.
Os premiados
para o cinema, como forma de manter a informação aos meus leitores, além dos já
indicados acima:
1)Filme
Comédia ou Musical:
The Artist; 2)Filme Drama: Os
Descendentes/The Descendants; 3)Filme
Estrangeiro: A Separation/A Separação (Irã); 4) Filme de Animação: The
Adventures of Tintin/ As Aventuras de Tintin; 5) Atriz de Comédia: Michelle
Williams por My Week With Marilyn/Uma Semana com Marilyn;6) Ator de Comédia: Jean
Dujardin por The Artist; 7)Atriz de
Drama: Meryl Streep por The Iron Lady; 8)Ator de Drama: George Clooney
por The Descendants; 9)Atriz
Coadjuvante: Octavia Spencer por The Help/ Histórias Cruzadas; 10)Ator Coadjuvante: Christopher
Plummer por Toda Forma de Amor/Beginners; 11)Diretor:
Martin Scorsese por Hugo; 12)Roteirista:
Woody Allen por Midnight in Paris/ Meia-Noite em Paris; 13)Música Original: Ludovic
Bource por The Artist; 14)Canção
Original: Masterpiece de W.E.
Em primeira
mão, publico a lista dos críticos norte-americanos (IMDB) dos seus melhores,
alguns coincidentes com os do Globo de Ouro. Vejam: Melhor filme: The Artist:
Melhor Ator: George Clooney(Os Descendentes); Melhor atriz: Viola Davis
(Histórias Cruzadas, 2011); Ator coadjuvante: Christopher Plummer(Toda Forma de
Amor, 2010); Atriz coadjuvante: Octavia Spender (Histórias Cruzadas, 2011). Na
animação, preferiram “Rango” e não “Tintin”. A direção coube a Michael
Hazanavicius (The Artist); roteiro original , Woody Allen (Meia Noite em Paris,
2011); e o adaptado foi para os roteiiristas de “O Homem que Mudou o Jogo,
2011.
Sobre os premiados da tv, outro dia comento. (A foto acima é do elenco de "The Artist")
Nenhum comentário:
Postar um comentário