terça-feira, 28 de outubro de 2014

NOVIDADES E CLÁSSICOS EM DVD




O ator Bruce Dern em um grande desempenho: "Nebraska"

Pouco tempo depois da exibição nos cinemas chega agora em DVD e Blu-Ray o excelente O Grande Hotel Budapeste” (EUA, 2014, 100min.), antes lançado nos cinemas do sul e sudeste. Assinado por Wes Anderson, texano nascido em maio de 1969, um dos melhores diretores de Hollywood. É inspirado nos escritos do romancista, poeta, dramaturgo, jornalista e escritor austríaco de origem judaica Stefan Zweig (1881-1942) fugitivo da 2ª guerra para o Brasil onde se suicidou junto com a esposa. A história e o roteiro do filme são do próprio diretor e de Hugh Guinness.
Andersen enfoca a sociedade europeia dos primeiros anos do século XX, contando, através de um personagem, Mr. Moustafa (intrepretado por F. Murray Abraham) em conversa com um jovem escritor (Jude Law, espécie de alter-ego do escritor Stefan Zweig) na mesa do hotel antigo e luxuoso, o motivo de manter, na República (imaginária) de Zubrowka, um hotel quase sem hóspedes. Então, do relato, emerge a historia do concierge M. Gustave (Ralph Fiennes) e seu ajudante Zero (Toni Revolori), que fazem carreira na casa, o primeiro é encantador de ricaças idosas que se hospedam no hotel e o segundo, um garoto selecionado para ser seu ajudante pessoal nas varias atividades. Da sedução de M. Gustave resta-lhe a herança, após a morte da matriarca de uma família rica e sua “protegée”, um quadro da Renascença, disputado pela família da falecida após leitura de seu testamento. Então o concierge e seu fiel escudeiro criam peripécias para guardar a tela e assim enfrentar os inimigos que constroem mil ardis para assassinar os candidatos à herança.
Grande Hotel Budapeste” é, primeiramente, um exercício de estilo. A fotografia é deslumbrante e exibe uma profundidade de campo que não se vê comumente. Lembrei Orson Welles, em “Cidadão Kane”, na sequencia em que Kane está escrevendo o artigo para o amigo crítico e este (Joseph Cotten), vai chegando à redação do jornal para fazer o seu serviço que com certeza detonará o desempenho da esposa de Kane. Quanto à forma narrativa, evidencia-se uma dinâmica de linguagem que lembra ainda o diretor francês René Clair no estilo “vaudeville”, com as situações jogadas de forma econômica, promovendo um ritmo que exalta o fator hilário sem cair na linha pastelão.
Um  dos bons filmes a programar para uma sessão com os/as amigos/as.
 “Nebraska” (EUA, 2013) está entre os novos lançamentos.Foi candidato ao Oscar deste ano. É de Alexander Payne, que apresenta uma dimensão humana das mais ricas. Trata de um idoso, Woody Grant (Bruce Dern)  que  supõe ter ganhado um milhão de dólares ao receber uma correspondência de propaganda pelo correio. Isso inspira seu interesse em retirar o prêmio numa cidade distante de onde mora, em Nebraska. Ninguém acredita nele e isso faz com que sua teimosia o incite a ir a pé. Contudo, um filho se solidariza com ele e segue para a tal cidade.  Entre aventuras  no percurso da viagem além de conflitos familiares , visto que todos querem uma parte do dinheiro, o idoso segue sua odisseia e descobre outras situações que enriquecem sua vida. O filme foi um dos candidatos ao Oscar deste ano.
Dois clássicos estão circulando na tecnologia doméstica. Um é “Um Sonho de Amor Eterno” ( Peter Ibbtson, EUA, 1935, 88 min.), dirigido por Henry Hathaway, com Gary Cooper, Ida Lupino. A ação se passa em meados do século XIX, localizando um subúrbio de Paris onde residem famílias inglesas entre elas um casal de crianças, Gogo e Mimsey. Com a enfermidade da mãe, o tio deles, Coronel Forsyte, leva Gogo para Londres, rebatizando-o de Peter Ibbetson, tornando-o um cavalheiro inglês. Como arquiteto e já empregado, não está feliz no emprego, então quer ir para os EUA, mas seu patrão dá-lhe férias para Paris. Encontra uma duquesa com quem irá conviver e trabalhar apaixona-se por ela, mas seu devaneio de amor é proibido. Um segredo está para ser descoberto. Esse drama é característico do cinema norte-americano dos anos trinta e Hathaway inscreve seu filme nesse gênero dos “amores loucos” do período surrealista. Mas entre as críticas sobre ele diz-se que é muito romântico e há excesso de diálogos.
“A Morte não Manda Recado” (The Ballad of Cable Hogue, EUA, 1970, 121 min.) é um faroeste dirigido por Sam Peckinpah. Trata do Cabo Hogue (Jason Hobards) andando pelo deserto, desesperado por água, pois dois bandidos beberam a que tinha. Quase a morte ele acha um poço onde constrói sua casa, situada entre duas cidades que estão com problema de escassez de água. Além do valor do terreno que incita a violência há uma linda mulher (Stella Stevens) por quem se apaixona.


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