O ator Bruce Dern em um grande desempenho: "Nebraska"
Pouco
tempo depois da exibição nos cinemas chega agora em DVD e Blu-Ray o excelente “O Grande Hotel Budapeste” (EUA, 2014, 100min.), antes lançado nos cinemas do sul e
sudeste. Assinado por Wes Anderson, texano nascido em maio de 1969, um dos
melhores diretores de Hollywood. É inspirado nos escritos do romancista, poeta,
dramaturgo, jornalista e escritor austríaco de origem judaica Stefan
Zweig (1881-1942) fugitivo da 2ª guerra para o Brasil onde se suicidou junto
com a esposa. A história e o roteiro do filme são do próprio diretor e de Hugh
Guinness.
Andersen
enfoca a sociedade europeia dos primeiros anos do século XX, contando, através
de um personagem, Mr. Moustafa (intrepretado por F. Murray Abraham) em conversa
com um jovem escritor (Jude Law, espécie de alter-ego do escritor Stefan Zweig)
na mesa do hotel antigo e luxuoso, o motivo de manter, na República (imaginária)
de Zubrowka, um hotel quase sem hóspedes. Então, do relato, emerge a historia do concierge M.
Gustave (Ralph Fiennes) e seu ajudante Zero (Toni Revolori), que fazem carreira
na casa, o primeiro é encantador de ricaças idosas que se hospedam no hotel e o
segundo, um garoto selecionado para ser seu ajudante pessoal nas varias
atividades. Da sedução de M. Gustave resta-lhe a herança, após a morte da
matriarca de uma família rica e sua “protegée”, um quadro da Renascença,
disputado pela família da falecida após leitura de seu testamento. Então o concierge e seu fiel
escudeiro criam peripécias para guardar a tela e assim enfrentar os inimigos
que constroem mil ardis para assassinar os candidatos à herança.
“Grande Hotel Budapeste” é,
primeiramente, um exercício de estilo. A fotografia é deslumbrante e exibe uma
profundidade de campo que não se vê comumente. Lembrei Orson Welles, em
“Cidadão Kane”, na sequencia em que Kane está escrevendo o artigo para o amigo
crítico e este (Joseph Cotten), vai chegando à redação do jornal para fazer o
seu serviço que com certeza detonará o desempenho da esposa de Kane. Quanto à
forma narrativa, evidencia-se uma dinâmica de linguagem que lembra ainda o
diretor francês René Clair no estilo “vaudeville”, com as situações jogadas de
forma econômica, promovendo um ritmo que exalta o fator hilário sem cair na
linha pastelão.
Um dos bons filmes a programar
para uma sessão com os/as amigos/as.
“Nebraska”
(EUA, 2013) está entre os novos lançamentos.Foi candidato ao Oscar deste ano. É
de Alexander Payne, que apresenta uma dimensão humana das mais ricas. Trata de
um idoso, Woody Grant (Bruce Dern) que supõe ter ganhado um milhão
de dólares ao receber uma correspondência de propaganda pelo correio. Isso
inspira seu interesse em retirar o prêmio numa cidade distante de onde mora, em
Nebraska. Ninguém acredita nele e isso faz com que sua teimosia o incite a ir a
pé. Contudo, um filho se solidariza com ele e segue para a tal cidade.
Entre aventuras no percurso da viagem além de conflitos familiares ,
visto que todos querem uma parte do dinheiro, o idoso segue sua odisseia e
descobre outras situações que enriquecem sua vida. O filme foi um dos
candidatos ao Oscar deste ano.
Dois
clássicos estão circulando na tecnologia doméstica. Um é “Um Sonho de Amor
Eterno” ( Peter Ibbtson, EUA, 1935, 88 min.), dirigido por Henry Hathaway, com
Gary Cooper, Ida Lupino. A ação se passa em meados do século XIX, localizando
um subúrbio de Paris onde residem famílias inglesas entre elas um casal de crianças,
Gogo e Mimsey. Com a enfermidade da mãe, o tio deles, Coronel Forsyte, leva
Gogo para Londres, rebatizando-o de Peter Ibbetson, tornando-o um cavalheiro
inglês. Como arquiteto e já empregado, não está feliz no emprego, então quer ir
para os EUA, mas seu patrão dá-lhe férias para Paris. Encontra uma duquesa com
quem irá conviver e trabalhar apaixona-se por ela, mas seu devaneio de amor é
proibido. Um segredo está para ser descoberto. Esse drama é característico do
cinema norte-americano dos anos trinta e Hathaway inscreve seu filme nesse
gênero dos “amores loucos” do período surrealista. Mas entre as críticas sobre
ele diz-se que é muito romântico e há excesso de diálogos.
“A Morte
não Manda Recado” (The Ballad of Cable Hogue, EUA, 1970, 121 min.) é um faroeste
dirigido por Sam Peckinpah. Trata do Cabo Hogue (Jason Hobards) andando pelo
deserto, desesperado por água, pois dois bandidos beberam a que tinha. Quase a
morte ele acha um poço onde constrói sua casa, situada entre duas cidades que
estão com problema de escassez de água. Além do valor do terreno que incita a
violência há uma linda mulher (Stella Stevens) por quem se apaixona.
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