segunda-feira, 20 de outubro de 2014

QUESTÕES DE INFIDELIDADE



Kristin, Scott Thomas e Daniel Auteuil em "Antes do Inverno"


Circulam em DVD dois filmes franceses tratando da infidelidade conjugal: “Antes do Inverno” (Avant l’hiver, 2012) eOs Belos Dias” (Les Beaux Jours, 2013). O primeiro é dirigido por Philippe Claudel e aborda a situação de Paul (Daniel Auteuil) um neurocirurgião de meia idade que se vê assediado por alguém que regularmente deixa um buquet de rosas em sua casa e em seu consultório. Ele procura saber de quem se trata e a principio não liga para uma jovem que diz chamar-se Lou (Leila Beckti) cruza seu caminho e diz que o conhece. A insistência dela leva-o a aproximar-se da jovem inclusive procurando acompanhar os passos que ela dá. Casado com Lucie (Kristin, Scott Thomas), tem um filho e um neto, mas a obsessão pela jovem deixa-o em colapso nervoso e por isso é licenciado do hospital onde trabalha. A esposa não tem ciência do mootivo do descontrole emocional do marido, mas percebe que ele continua a passar muito tempo fora de casa e ela só atenua a solidão com o que lhe conta um colega de Paulo, um amigo do casal e também um candidato a seu namorado na época em que optou por quem iria ser o seu marido. Nessa linha de encontros e desencontros as interrogações se insinuam: Lucie e Paulo se amam mesmo? Quem é a jovem que se insinua para Paul? E aquele momento em que eles estão “chegando para a velhice” leva a novos sonhos? Embora haja uma definição da situação de Lou, com um desfecho fatal, a vida da familia revelará os segredos de cada um. A cena final é bem caracteristica de que as coisas ainda serão reveladoras.
Com roteiro bem centrado do diretor, o mesmo do sensível “Há Tanto tempo que te Amo”(Il’y a longtemp qui j’taime, 2008) mostra uma Kristin Scott Thomas impecável e um desempenho muito bom de Daniel Auteil. Não tem a mesma leveza de estilo do citado filme mas consegue ser uma abordagem interessante de um drama intimo. Filme inédito nos cinemas locais.

Fanny Ardant e Patrick Chesnais os personagens que curtem um tempo longo de casamento. 

Quanto a “Os Belos Dias” trata da insatisfação da rotina de vida de uma mulher de meia idade, profissional aposentada de suas atividades e em busca de algo novo num SPA, cujo ingresso lhe é dado de presente pelas filhas. Fanny Ardant protagoniza Caroline, a dentista de meia idade, casada há muitos anos com Philippe (Patrick Chesnais). Ela se apaixona por um professor de informática (Laurent Laffit) numa escola especifica. O relacionamento cumpre o desejo da personagem em não aceitar o envelhecimento, sentindo-se motivo de atração de pessoa muito mais jovem. Mas não demora em saber que ele não a quer mais do que uma aventura passageira.
O roteiro vem do romance “Une Jeune Fille Aux Cheveux Blancs” escrito pela diretora  Marion Vernoux e Fanny Chesnel, a autora do original literário. Um grande momento da veterana Fanny Ardant (foi casada com François Truffaut) que se mostra em plena forma física e profissional. Também é filme esquecido dos cinemas locais.
“Alma em Suplício” (Mildred Pierce, 1945) é um filme classico protagonizado por Joan Crawford e a então estreante Ann Blyth. A primeira atua como uma executiva de sucesso depois de ser abandonada pelo marido, mas não espera uma reação violenta da filha. O roteiro é de Ronald McDougall, diretor de obras de ficção como “O Diabo, a Carne e o Mundo” (The World,the Flesh and the Devil, 1959) e escreveu muitos roteiros como do também clássico “Um Punhado de Bravos” (Objetive Burma 1945). O original é um romance de James M.Cain e a direção de Michael Curtiz (de “Casablanca”). Quem não assistiu deve ver.

“A Bela Adormecida” (Sleeping Beauty, EUA, 1959) foi uma das princesas da fábula levadas ao cinema de animação pela equipe de Wal Disney (a direção foi de Clyde Geronimi). Circula agora no Brasil em bluray. Trata-se doo primeiro desenho em cinemascope. O traço difere dos tradicionais que se viu em “Branca de Neve” e “Cinderela”, mas o famoso conto de Charles Perrault é apresentado com grande requinte técnico e hoje deve ser curioso revê-lo quando o mesmo estúdio reinterpreta o conto em “Malévola” onde a bruxa que encanta a jovem do titulo é revelada como uma pessoa injustiçada e de bom coração. 

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