Kristin, Scott Thomas e Daniel Auteuil em "Antes do Inverno"
Circulam em DVD dois filmes franceses tratando
da infidelidade conjugal: “Antes do Inverno” (Avant l’hiver, 2012) e “Os Belos Dias” (Les Beaux Jours, 2013). O
primeiro é dirigido por Philippe Claudel e aborda a situação de Paul (Daniel
Auteuil) um neurocirurgião de meia idade que se vê assediado por alguém que regularmente
deixa um buquet de rosas em sua casa e em seu consultório. Ele procura saber de
quem se trata e a principio não liga para uma jovem que diz chamar-se Lou
(Leila Beckti) cruza seu caminho e diz que o conhece. A insistência dela leva-o
a aproximar-se da jovem inclusive procurando acompanhar os passos que ela dá.
Casado com Lucie (Kristin, Scott Thomas), tem um filho e um neto, mas a
obsessão pela jovem deixa-o em colapso nervoso e por isso é licenciado do
hospital onde trabalha. A esposa não tem ciência do mootivo do descontrole
emocional do marido, mas percebe que ele continua a passar muito tempo fora de
casa e ela só atenua a solidão com o que lhe conta um colega de Paulo, um amigo
do casal e também um candidato a seu namorado na época em que optou por quem
iria ser o seu marido. Nessa linha de encontros e desencontros as interrogações
se insinuam: Lucie e Paulo se amam mesmo? Quem é a jovem que se insinua para
Paul? E aquele momento em que eles estão “chegando para a velhice” leva a novos
sonhos? Embora haja uma definição da situação de Lou, com um desfecho fatal, a
vida da familia revelará os segredos de cada um. A cena final é bem
caracteristica de que as coisas ainda serão reveladoras.
Com roteiro bem centrado do diretor, o
mesmo do sensível “Há Tanto tempo que te Amo”(Il’y a longtemp qui j’taime, 2008)
mostra uma Kristin Scott Thomas impecável e um desempenho muito bom de Daniel
Auteil. Não tem a mesma leveza de estilo do citado filme mas consegue ser uma
abordagem interessante de um drama intimo. Filme inédito nos cinemas locais.
Fanny Ardant e Patrick Chesnais os personagens que curtem um tempo longo de casamento.
Quanto a “Os Belos Dias” trata da insatisfação
da rotina de vida de uma mulher de meia idade, profissional aposentada de suas
atividades e em busca de algo novo num SPA, cujo ingresso lhe é dado de
presente pelas filhas. Fanny Ardant protagoniza Caroline, a dentista de meia
idade, casada há muitos anos com Philippe (Patrick Chesnais). Ela se apaixona
por um professor de informática (Laurent Laffit) numa escola especifica. O
relacionamento cumpre o desejo da personagem em não aceitar o envelhecimento,
sentindo-se motivo de atração de pessoa muito mais jovem. Mas não demora em
saber que ele não a quer mais do que uma aventura passageira.
O roteiro vem do romance “Une Jeune
Fille Aux Cheveux Blancs” escrito pela diretora Marion Vernoux e Fanny Chesnel,
a autora do original literário. Um grande momento da veterana Fanny Ardant (foi
casada com François Truffaut) que se mostra em plena forma física e
profissional. Também é filme esquecido dos cinemas locais.
“Alma em Suplício” (Mildred Pierce, 1945)
é um filme classico protagonizado por Joan Crawford e a então estreante Ann
Blyth. A primeira atua como uma executiva de sucesso depois de ser abandonada
pelo marido, mas não espera uma reação violenta da filha. O roteiro é de Ronald
McDougall, diretor de obras de ficção como “O Diabo, a Carne e o Mundo” (The
World,the Flesh and the Devil, 1959) e escreveu muitos roteiros como do também
clássico “Um Punhado de Bravos” (Objetive Burma 1945). O original é um romance
de James M.Cain e a direção de Michael Curtiz (de “Casablanca”). Quem não assistiu
deve ver.
“A Bela Adormecida” (Sleeping Beauty, EUA, 1959) foi uma das
princesas da fábula levadas ao cinema de animação pela equipe de Wal Disney (a
direção foi de Clyde Geronimi). Circula agora no Brasil em bluray. Trata-se doo
primeiro desenho em cinemascope. O traço difere dos tradicionais que se viu em
“Branca de Neve” e “Cinderela”, mas o famoso conto de Charles Perrault é
apresentado com grande requinte técnico e hoje deve ser curioso revê-lo quando
o mesmo estúdio reinterpreta o conto em “Malévola” onde a bruxa que encanta a
jovem do titulo é revelada como uma pessoa injustiçada e de bom coração.
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