segunda-feira, 23 de novembro de 2009

REVENDO KING VIDOR







O cineasta King Vidor (1895-1982), filho de fazendeiro rico, estudou em escola militar, descobriu o cinema como projecionista e passou a dirigir filmes aos 18 anos. Na fase silenciosa deixou uma obra-prima: “A Turba” (The Crowd), sem dúvida um dos maiores filmes de todos os tempos. Com o advento do som custeou experiências como “O Pão Nosso” (Our Daily Bread) e a versão da peça “Street Scene” de Elmer Rice vencedora do Prêmio Pulitzer. No Brasil, o filme foi intitulado “No Turbilhão da Metrópole”. Também impressionou com “Aleluia” (1929) com atuação de atores (e cantores) negros, e já em 1937, com o melodrama “Stella Dallas”, ainda hoje um clássico do melodrama (de minha predileção).
A obra de Vidor, especialmente os seus primeiros filmes, ainda é pouco vista no mercado brasileiro de DVD. Nem mesmo seus sucessos comerciais como “Fúria do Desejo” (Ruby/1956) alcançaram esta faixa que o revelaria à nova geração de cinéfilos. Foi lançado agora nessa mídia, o seu último trabalho, “Salomão e a Rainha de Sabá”(Salomon and Sheba/ 1959) e dois clássicos dos primeiros anos de implantação do sistema de som: “No Turbilhão de Metrópole” e “O Pão Nosso”. No primeiro, sem deixar o teatro de origem, conservando as falas e a quase unidade de cenário, Vidor insere um prólogo e um epílogo cinematográficos, mostrando o alvorecer na grande cidade e daí partindo em travelling para as ruas até chegar ao lugar escolhido para a ação. O roteiro do próprio autor da peça original detalha a vida de gente simples que vive alimentando “fofocas” e com isso acaba proporcionando um crime passional. No excelente “Pão Nosso” segue um casal que a depressão pós-1929, com o marido desempregado, aceita ir para uma fazenda hipotecada por um parente colateral. Sem experiência na zona rural, a salvação é quem aparece pedindo emprego. Logo se forma uma espécie de cooperativa, com todos trabalhando para o bem comum. O estremecimento começa com a chegada de uma mulher que se afeiçoa pelo dono do empreendimento e depois, com a falta de chuvas que leva os novos agricultores a canalizar água de um rio próximo. Os principais intérpretes, Tom Keene e Karen Morley, são os mesmos de “A Turba”(ainda inédito em DVD). Tudo funcionando muito bem na linha de uma escola realista a seguir o famoso “Ouro e Maldição” (Greed) de Eric Von Stroheim. Quem estuda cinema tem por obrigação conhecer a obra de King Vidor.
Também em DVD dois inéditos nos cinemas: “Memória Artificial”(Blank Slate/EUA,2009) misto de ficção - cientifica e aventura policial, e “Gallio, Refém do Medo”(Gallio/Itália, 2008) de Dario Argento.
“Memória Artificial” é dirigido e escrito por John Harrison e trata de uma prisioneira (que se sabe inocente) escolhida para receber a memória da vitima (fatal) de “serial killer”, na esperança de que assim venha a ser conhecido o assassino. Em meio à trama há, também, o assassinato de um policial e se sabe que pessoas do alto escalão do governo estão envolvidas no crime.Triller bem tratado.
“Gallio” mostra que o diretor de “O Gato de 9 Caudas” continua preferindo as seqüências de violência explicita, para isso seguindo “serial killer”(mais um) através de um delegado que já esteve preso (Adrian Brody). Há quem goste das “hemorragias” mostradas em diversos planos pelo cineasta que é sobrinho em segundo grau de Libero Luxardo. Mas quando essa preferência é gratuita, visando apenas chocar, naturalmente se condena. A sutileza é muitas vezes a prova de confiança do realizador com a sua platéia. Argento tem agora 68 anos, e se mostra coerente com o que fez há 30 anos.

OS DVDs MAIS LOCADOS (FOXVIDEO)

• A Mulher Invisível
• A Proposta
• Transformers - A Vingança dos Derrotados
• Trama Internacional
• Monstros Vs. Alienígenas
• Dragonball Evolution
• Minhas Adoráveis Ex-Namoradas
• Ano Um
• A Chamada
• Os Falsários

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