domingo, 3 de janeiro de 2010

OS VIDEOS ESPERADOS PARA 2010










Ano novo, novas perspectivas. É o que se pensa do cinema em suas diversas formas de apresentação (além de produção). Isto implica não só em tecnologia, com o blue-ray chegando a um preço mais popular. Implica também na chegada ao mercado nacional de filmes que o público aplaudiu em diversas épocas e que ainda permanecem esquecidos das empresas de vídeo. Para se ter uma idéia, há pacotes de cópias desses filmes privilegiando o trabalho de cineastas & produtores e alcançam o mercado norte-americano e europeu, mas passam ao largo do Brasil. Há alguns anos, a titulo de exemplo, a Warner lançou todos os filmes de terror da série Val Lewton, as chamadas B-Pictures que marcaram os anos 1940 e impulsionaram carreiras como a do editor Robert Wise e seu colega Mark Robson. Desse bloco só foram editados, através de distribuidores nacionais: “Sangue de Pantera”, “O Homem Leopardo” e, agora, fora do gênero, “Mademoiselle Fifi”. Restam obras meritórias como: “A Morta Viva”, “A Maldição do Sangue de Pantera” (estréia de Robert Wise na direção), “O Túmulo Vazio”, e outros.
De lembrança cito alguns títulos que têm sido solicitados, por muitas pessoas, aos críticos de cinema: “Cabaré”, de Bob Fosse (copiado em fita VHS), “Um Lugar ao Sol” (A Place in the Sun), de George Stevens (outro lançado em VHS), “Tarde Demais” (The Heiress) de William Wyler (inédito em qualquer forma de vídeo doméstico nacional), “O Incrível Homem que Encolheu” (The Incridible Shiring Man) de Jack Arnold, obra-prima da ficção-cientifica que também não chegou a ser editada em VHS. O meu filme preferido “A Velha Dama Indigna” (La Vielle Damme Indigne) de René Allio, também está inédito em telinha (até em emissora de televisão), como também “Isadora”, de Karel Reisz, com Vanessa Redgrave em seu melhor desempenho no cinema.
Outros inéditos em DVD, embora fossem copiados em VHS:“Todas as Noites às Nove”(Our Mother’s House), um drama que focaliza crianças incapazes de sepultar a mãe, tentando manter o corpo dentro de casa, preocupadas em serem removidas para o serviço social, uma das melhores realizações de Jack Clayton (de “Os Inocentes”); “A Voz da Lua” (La Vocci de la Luna), o último filme de Federico Fellini; os documentários “That’s Enterteinment” (Era Uma Vez em Hollywood), bem recebidos em fita magnética e vendidos em um estojo especial.
Muitos mais títulos devem surgir na memória de diversos espectadores, dependendo da receptividade que o filme teve sobre cada um.
O que tem sido uma prática regular é a circulação em DVD da produção recente. No caso de Belém, onde muitos filmes não chegam a ser lançados pela exigüidade de cópias, o mercado de vídeo abriga um lote expressivo de inéditos. Há até mesmo produções que não chegaram a ser importadas, ou que se restringiram a exibição em festivais. Nesse grupo, posso citar: “A Fita Branca”, vencedor da Palma de Ouro em Cannes este ano; “Deixe Ela Entrar”, uma revisão dos vampiros tradicionais a deixar longe esses românticos em moda através da escritora americana Stephanie Meyer; “Adoração”, de Atom Eygon, produção canadense premiada, e tantos outros títulos que receberam críticas elogios mundo afora nos diversos sites ligados a cinema.
E não se diga que são inéditos apenas filmes que a critica potencialmente elogia. “Deixa Ela Entrar”, por exemplo, tem um potencial popular imenso.
De qualquer forma merecem elogios os distribuidores que chegaram a editar títulos marcantes e de alguma forma ligados à história da cinematografia mundial. Empresas como a Versátil, a Cinemax, a ClassicLine”, a Platina, estão recuperando obras raras. Isto é muito bom e vai ajudando a juventude a conhecer o cinema que se realizava há algumas décadas e que deixaram significativa contribuição para a linguagem.
Aproveitando o inicio do ano, quero registrar meu agradecimento aos leitores e leitoras que fizeram de Panorama sua referência para escolha de um programa de cinema. Espero que neste ano possamos continuar a caminhada iniciada em 1972.
Um bom ano para todos nós.

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