Na década 1970/80, uma onda interessante de cinema vindo da Inglaterra deu singular expressão às sessões do “cinema de arte” que aquela altura a APCC gerenciava no Olímpia, nas sessões matinais de sábado. Nessa “leva” circulavam, também, os filmes de Luiz Buñuel e muitos outros programas que não atraiam o público afeito as sessões comerciais dos exibições regulares. Numa dessas escolhas é apresentado “Domingo Maldito”(Sunday Bloody Sunday/Inglaterra,1972) do diretor John Schlesinger. O tema, a narrativa e as evidencias de que as escolas de cinema eram divergentes eram aspectos procedentes para o prosseguimento dessas sessões.
“Domingo Maldito” trata de um tema delicado para o período em que foi realizado (e o país de origem). Um triângulo amoroso tem como vértices marido, esposa e amante desta – ou seja, um casal homo em meio a um relacionamento heterossexual. O diretor tornou-se famoso com “Perdidos na Noite”(Midnight Cowboy) filme vencedor do Oscar de 1969. Os veteranos atores Peter Finch e Glenda Jackson ( que aquela altura se tornava membro e mais tarde assumia candidatura no Partido Trabalhista”) encabeçam o elenco. O filme ganhou o Globo de Ouro na categoria drama, além do desempenho do ator. Houve premiação com o Bafta (prêmio inglês) e indicação a 4 Oscar.
Em DVD outros clássicos estão circulando. Por exemplo, “Jeanne Dielman”(Jane Dielman 23 Quai Du Commerce,1080 Bruxelles/ França,Belgica, 1975) é uma experiência desafiadora da cineasta Chantal Akerman. Expõe 3 dias na vida de uma mulher que mora num pequeno apartamento, recebendo um filho estudante e, noutras horas, fregueses de sexo. O filme revela detalhes da rotina dessa personagem em mais de 200 minutos de projeção. Trabalho árduo para a atriz Delphine Seyrig (de “O Ano Passado em Mariembad”). Tipo do filme endereçado a cinemas de arte e cineclubes. Essa experiência também se revela interessante para a exposição do cotidiano feminino entre as tarefas domésticas e a absorção dos hábitos nessa atividade.
“Quando as Mulheres Esperam”(Kvinnos Vantam/Suécia 1952) dá prosseguimento a restauração da filmografia de Ingmar Bergman feita no Brasil pela Versatil Video. Trata de mulheres que conversam sobre seus problemas domésticos e afetivos, enquanto os maridos não estão em casa. A história de cada uma delas ganha narrativa em “flashback”. O cineasta inicia a sua fase introspectiva, detalhando personagens. É importante para acompanhar a evolução criadora de um dos mais expressivos autores de cinema.
“O Castelo” (Das SchloB)/Alemanha, 1997 é a versão de parte do livro de Franz Kafka realizado por Michael Haneke, o cineasta de “A Fita Branca”, “Cachê” e “A Professora de Piano”. A riqueza do texto de Kafka tenta ser preservada com a ação sendo “lida” (em voz alta) como se a imagem representasse simplesmente uma ilustração. Mas impressiona o que Haneke explorou na narrativa procurando transpor a densidade do original literário discutindo a perspectiva dos personagens que surgem e mantém heterogêneos comportamentos diante do que desconhecem dos viventes do castelo. É o tipo do filme bom para um debate sobre o relacionamento do cinema com a literatura e a tentativa de explorar a criação e o poder. A cópia em DVD não conclui o drama do topografo K que deseja entrar no castelo. Não é melhor filme de Haneke, mas precisa ser visto.
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À Prova de Morte
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ResponderExcluirHá três semanas na net, o blog O FALCÃO MALTÊS comemora:
3.000 visitantes (do Brasil, Reino Unido, Espanha, Portugal, Gana e EUA), 200 comentários e 69 seguidores (entre eles, o poeta TANUSSI CARDOSO, o ator SELTON MELLO e os críticos de cinema ANDRÉ SETARO e RUBENS EWALD FILHO).
É só contentamento! Obrigado!
www.ofalcaomaltes.blogspot.com
Estamos brindando com novas postagens:
WALTER SALLES COM O PÉ NA ESTRADA
O JARDIM DOS FINZI CONTINI, de Vittorio De Sica
DOUGLAS SIRK POR RAINER WERNER FASSBINDER
FLORINDA BOLKAN: DO NORDESTE PARA O MUNDO
Até mais! Aguardamos você!
Antonio Nahud Júnior
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