Shirley MacLaine em "Minhas Vidas"
Em 1987 a atriz & dançarina Shirley MacLaine escreveu um livro sobre
a sua pesquisa em torno da vida depois da morte. E produziu um filme para a TV
sobre o seu texto. Na verdade trata-se de uma série que não sei se chegou a ser
exibida por algum de nossos canais de televisão. O compacto dessa série chega
agora em DVD com o título de “Minhas Vidas”(no original “Out on a Limb”). Assisti
agora. E francamente me decepcionei. Dois discos perfazem 235 minutos de
programa e afinal nada concluem sobre a busca da atriz em torno do que a
inquieta sobre a vida e a morte. Sabe-se que ela, depois de um relacionamento
tumultuoso com um político inglês, foi ao Peru seguindo um amigo que dizia crer
em seres de outros planetas e nas energias após a morte, confessando ter tido
uma namorada extraterrena. Em Machu Pichu, cidade inca, ela vê aqueles desenhos
na terra mostrados por Erik Von Daniken em “Eram Os Deuses Astronautas” e
sempre se coloca numa posição de incrédula. Depois de cenas filmadas nos
locais, o DVD não entra mais em detalhes sobre a posição espiritualista da
personagem. Sabe-se que Shirley é espírita convicta e não sei se o seu trabalho
literário é mais denso no que se refere ao assunto. O filme não. É reticente e
passa muito mais como o “affair” entre ela e o candidato a ministro Gerry
Stamford (interpretado por Charles Dance). A direção é de Robert Butler e o
roteiro de Colin Higgins e da própria Shirley. Decpecionante.
“Endeavour”(UK, 2012) é um bom exemplo de policial inglês. Na verdade é
o “piloto” da ótima série da BBC que assisti por meio de um canal de TV por
assinatura. Lançado agora em DVD no Brasil tem a direção de Colm McCarthy e
roteiro de Russel Lewis com base em personagens criadas por Colin Dexter. O
tema é a investigação do detetive Morse, dedicado calouro na profissão (endeavour
quer dizer “empenhado”), de inicio em torno do desaparecimento de uma jovem,
depois o aparente suicídio de um rapaz que no correr das investigações se sabe
ter relação com o fato anteriormente investigado.
Muito bem construído o filme não dispersa em um minuto a atenção do
espectador. É um desses “quebra-cabeças” a la Sherlock Holmes que exibe
qualidade a partir dos desempenhos excelentes dos principais atores em especial
do jovem Shaun Evans que protagoniza o tipo do detetive Morse. Bom programa
para quem curte o gênero.
“Tudo por um Sonho”(Chasing Mavericks, EUA, 2012) biografa o surfista
Jay Moriarity que aos 15 anos já era campeão de surf. O garoto cresceu junto ao
mar e se dedicou desde criança a estudar as correntes marítimas. Teve como
mentor um veterano do surf, Frosty Hesson (Gerard
Butler)e culminou sua carreira quando cortou uma onda gigante derivada do fenômeno
El Niño. O filme começou a ser dirigido por Curtis Hanson, mas acabou nas mãos
de Michael Apted devido a doença do primeiro. O ator de “300”, Gerard Butler,
tem um excelente desempenho, saudado pela critica norte-americana como o melhor
de sua carreira. Ele é o mestre do garoto Jay. Paralelamente aos momentos em
que a câmera focaliza os surfistas, afinal o ponto alto do filme com uma
fotografia magnífica focando as verdadeiras “montanhas de água”, os atores brilham
em seus papéis. O jovem Johny Weston compõe muito bem o tipo que de fato
existiu e nos créditos do filme surge em tomadas reais, ocasião em que expõe
sobre sua carreira no perigoso esporte.
Jay Moriarity morreu afogado quando tentou o surf nas ilhas Malvinas.
Mas isso só se sabe em narração sob imagens do oceano. Há evidente e
sistematica tentativa de ligação dos homens com o mar e com isso é perseguido (sem
ir muito longe) o tom poético.
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